Atriz, apresentadora e empresária. Laura Figueiredo é dona de uma beleza invejável e assume ser tímida. Casada com o cantor Mickael Carreira, tem uma energia contagiante que faz com que seja impossível estar ao seu lado sem sorrir.
Tens uma coisa rara em muitas mulheres: uma garra enorme e ao mesmo tempo não perdes o teu lado mais feminino. Sinto que tens um ‘furacão’ dentro de ti. Uma miúda que desistiu de voltar com a família para o Brasil aos 18 anos e decidiu enfrentar sozinha um país não é para qualquer um…
[risos] Acho que foi a inconsciência dos 18… Quando me dizem ‘foste tão corajosa…’ acho que na realidade fui inconsciente. Não tinha muita noção do que iria passar – e que passei –, mas ainda bem, porque contribuiu para aquilo que sou hoje. E dou muito valor ao que vou alcançando. Com 20 anos não desfrutava das minhas conquistas como hoje. Perdi o meu pai aos 18 anos. Ele era português e a minha mãe é brasileira, e os meus irmãos quiseram regressar ao Brasil, mas eu quis ficar em Portugal, porque cresci aqui.
A família, mesmo que esteja longe, é fundamental, e eu sabia que a única certeza que tinha era a de querer ser mãe. Desconhecia se iria casar ou não, mas sabia que ia ser mãe. Agora que sou, sinto que a vida é tão mais feliz e completa. Sinto-me realizada a todos os níveis e isso reflete-se em tudo, inclusive no trabalho. Quando nós estamos felizes produzimos coisas felizes. As pessoas olham e pensam: ‘Ela é tão feliz, tão positiva…’ Sou, mas tenho as minhas fragilidades e as minhas inseguranças. Sou daquelas pessoas que se questiona muito antes de colocar alguma coisa para fora. Penso sempre se será aceite e se é o melhor que posso fazer.
A vossa família é muito acarinhada, mas está também muito exposta publicamente. Parece-me que tu lidas muito bem com essa situação toda, com os haters, críticas… Esse núcleo fechado, muito teu, deve-se ao facto de teres amadurecido muito cedo?
Vou ser muito sincera e digo-te que não sei como isso acontece… Na minha relação com o público e redes sociais não tenho muitos haters, atendendo à quantidade de pessoas que me seguem. Tenho realmente muito poucos. E as pessoas interrogam-se como é possível só receber comentários positivos nas fotos. E como é que se fideliza um seguidor? Não sei! Mas acho que é respeitando e dando valor a quem gosta de nós.
A palavra da tua vida?
Amor! Amor!!! Mesmo quando o dia não está tão bom ou sabes que vai ser mais difícil, se há amor todo o resto dá certo. Mesmo nos momentos difíceis, essa é sempre a direção a seguir.
A palavra que dizes mais vezes à tua filha, Bea?
Amo-te!! Acho que uma criança amada e bem–amada. ‘Amo-te mais do que tudo nesta vida’ é o que lhe digo mais vezes.
Estás muito focada nos teus projetos pessoais, mas se tivesses de voltar à TV optavas pela apresentação ou representação?
São duas coisas que não dão para comparar. Comecei na representação e gostei muito. É muito engraçado construir uma personagem desafiante, sair da tua própria linguagem e construir uma outra personalidade. Adoro falar, comunicar e acho que é por isso que as minhas redes sociais dão supercerto.
Se tivesses um talk show quem seria o teu primeiro convidado?
[risos] Vou ser superfacciosa… o Mickael, claro! [risos]
E ele foi o melhor convidado que já entrevistaste?
Não, não… [risos] Já entrevistei convidados muito generosos. Numa entrevista se a pessoa entrevistada não for generosa, se for fechada, por melhor que seja o entrevistador fica-se sempre ali a tentar puxar alguma coisa… e é muito difícil!
E na representação… Imagina que numa cena tens de contracenar com um ator e dar aquele beijo – espero que o Mickael não leia esta parte… Quem escolherias?
Tanto faz… [responde, enquanto mexe os ombros]. É indiferente… Estou a ser sincera… [risos] Não sei… Estou a pensar em personagens muito interessantes… tipo [Leonardo] DiCaprio, etc… Mas não é aquela coisa do ‘queria tanto’…
E que mensagem ou ensinamento tentas passar sempre à Bea?
Que ela é única e o quanto ela é especial precisamente por isso. Acredito mesmo que todas nós, mulheres, somos lindas. Todas nós temos uma beleza única, e isso é tão especial, tão bonito. Quero que ela se sinta sempre essa pessoa especial, sem ser mais do que ninguém, sendo apenas ela. Acho que isso nos torna a todos pessoas seguras.
Qual a palavra em português do Brasil que não consegues deixar de dizer e que usas todos os dias?
[risos] ‘Bumbum’… [risos] Não consigo dizer ‘rabo’… para mim soa estranho. É uma palavra que eu uso muito com a Bea. As educadoras da escola dela já estão acostumadas e choram a rir. [risos]
Tu és muito divertida, apesar das pedras que a vida te possa ter atirado. Tentas ver sempre o ‘copo meio cheio’?
Tive a sorte de ter uma infância muito feliz e fui muito amada, tanto por pai, mãe, irmãos… Acho que a base está no amor que se recebe ao longo da vida e que te prepara e fortalece para enfrentares tudo que seja preciso.
És corajosa, então?
Eu sou!
E o Mickael?
Também…
Mas ouvi dizer que ele tem um certo medo de baratas…
[risos] De facto é caricato… Um homem daquele tamanho, com quase dois metros, ter medo de insetos… Portanto qualquer baratinha, por mais pequena que seja, é todo um drama! [risos] Nessas situações, ele diz-me sempre: ‘Mata Laura, mata!!’ [risos]