Rico Melquiades em entrevista

Rico Melquiades é influenciador digital e humorista brasileiro, e ficou famoso durante a sua participação na 13.ª temporada de ‘A Fazenda – Tudo a Ver’, em 2021. Entretanto, tem-se notabilizado em vários segmentos do programa ‘Hora do Faro‘, de Rodrigo Faro.

Conhecido pelo bordão ‘calada vence’, o comunicador esteve recentemente em Portugal e participou no ‘Record 360’, onde respondeu às perguntas de Filipa Sampaio e André Carvalho. Ele falou sobre a sua passagem pela cidade de Lisboa, o carinho que recebeu do público nas ruas e de como tem sido lidar com o sucesso pós-fazenda.

[André Carvalho] Quem é o Rico? Apresenta-te ao teu público internacional, agora que és uma estrela…
O Rico é um menino que veio de muito baixo, que trabalhou muito. E agora [aquando da sua passagem por Lisboa] estou com uma carreira internacional e aqui em Portugal. 

[Filipa Sampaio] Foste o vencedor de ‘A Fazenda 13 – Tudo a Ver’… Como surgiu a tua entrada em reality shows? Porque já tinhas estado em mais do que um…
Já participei em três realities, a contar com ‘A Fazenda’. Sempre quis participar em reality shows, sempre me inscrevi em realities. Mas para ‘A Fazenda’ eu fui convidado porque só vai para lá quem já tem nome nos média. Como eu tinha participado num reality antes, a produção da ‘A Fazenda’ achou que eu me iria dar bem no programa. Convidaram-me, eu fui e entrei. Nas três primeiras semanas eu era odiado, porque no reality em que participei antes eu fui muito julgado lá no Brasil – e saí de lá muito odiado. Então, quando eu fui para ‘A Fazenda’ fui com o mesmo público, com essas pessoas a odiarem-me. Tinham a mesma imagem de mim que tinham do reality anterior. O outro reality não era de 24 horas – ‘A Fazenda’ é. E então, as pessoas que viram as minhas 24 horas no programa, conheceram um Rico que não está sempre em confusões, ao contrário do que viram no reality anterior, porque eu lá só discutia. Em ‘A Fazenda’ as pessoas viram que eu discutia, mas que eu também pedia desculpa, eu chorava, que era um sonhador… Comecei a conquistar o público e correu bem, cheguei à final e ganhei. E agora estou em Portugal, as pessoas abordam-me na rua, pedem fotos e é muito bom receber esse carinho.

[André] Qual foi a maior dificuldade que viveste dentro de ‘A Fazenda’?
Sentia muito a falta da minha família. O tempo do reality é três meses e eu sou muito apegado à família. Hoje, eu moro com a minha mãe e o meu melhor amigo, e estou todos os dias com as minhas tias, irmãs e avós. No reality eu fiquei sem contacto com a minha família durante três meses. Eu não sabia o que estava a acontecer cá fora… A coisa mais difícil foi viver e estar sem a minha família. Não tinha um porto seguro para falar e desabafar. Como toda a gente quer ganhar o prémio, nós não podemos confiar em ninguém. Então, sentimos muito a falta de um ombro amigo, da família. Foi muito difícil não ter a minha família ao pé de mim.

[Filipa] Ainda te dás com alguns ‘ex-fazendeiros’?
Dou-me com a Erika, que era minha amiga em ‘A Fazenda’; dou-me com a Mileide Mihaile, que também é minha amiga; e dou-me com a Aline Mineiro. As três sempre foram mais próximas de mim e nós mantemos esse carinho até hoje. Já falei com a Erica e ela disse-me: ‘Vamos para Portugal os dois!’. Ela é linda! Há pessoas que nós vemos nas câmaras e nas redes sociais e é só filtro e, depois, pessoalmente são outra coisa diferente. Mas a Erika parece uma barbie. A beleza dela é incrível, é perfeita. Ela disse para virmos a Portugal e eu quero voltar porque eu agora estou aqui, mas não estou a aproveitar, estou a trabalhar. Não estou a passear e a conhecer as coisas, estou a trabalhar o dia todo, paro para comer e volto para o hotel. Estou a amar a viagem e quero voltar para conhecer tudo o que há para conhecer aqui.

[André] Desde que ganhaste e tiveste este sucesso internacional, como é que tem sido lidar com o público?
Eu sempre quis isso, sempre foi o meu sonho sair à rua e as pessoas dizerem ‘é o Rico!’. Como sempre desejei isso na minha vida, amo receber esse carinho. Onde eu vou, as pessoas conhecem-me, pedem–me fotos e vídeos. Há algumas pessoas que passam dos limites, chegam ao pé de ti com uma liberdade maior e aí eu imponho limites. Mas fora isso eu adoro. Eu sou um ser humano e também tenho problemas pessoais – não sou diferente das outras pessoas. E eu faço terapia desde que saí de ‘A Fazenda’ – às vezes fico triste e não estou bem, mas preciso de resolver coisas e saio de casa. E as pessoas falam comigo, eu respondo, mas já não respondo com entusiasmo – e, nesses casos, as pessoas já me chamam de ‘ignorante’ e ‘soberbo’. As pessoas não entendem que há momentos na nossa vida em que não estamos bem. E depois acham que, por não termos respondido com entusiasmo, somos antipáticos.

[Filipa] E o que sentes que mais mudou com a tua vitória em ‘A Fazenda’?
O que mais mudou foi a minha conta bancária. Agora os zeros estão à direita. [risos] O que mais mudou foi a quantidade de trabalhos que tenho, sou uma pessoa mais madura, mais focada, tenho mais responsabilidades e compromissos. 

[André] Sei que sempre admiraste o Rodrigo Faro. Como tem sido a experiência de trabalhar com ele, na ‘Hora do Faro’?
Trabalhar com o Rodrigo Faro é maravilhoso, ele deixa as pessoas muito à vontade e dá oportunidades. Quando ele vê que eu não tenho nada para dizer, diz-me: ‘Rico, porque é que não fazes isto?’. A equipa é maravilhosa, eles tentam sempre incluir-me. Ele dá essa oportunidade, essa visibilidade. Ele não quer brilhar sozinho… e, assim, cresce ainda mais, ao ser assim.

[André] Onde é que te vês daqui a três anos?
Com um programa na Record, um programa meu. Que dê antes do Faro ou depois do Faro…

[Filipa] … podia ser a ‘Hora do Rico’! Agora chegou a hora de o Rico mandar um beijinho lá para casa!
Um beijo para vocês lá em casa, quero voltar e quando voltar eu venho aqui outra vez para falarmos – e eu peço mais tempo! [risos]