O seu amor pela música começou desde muito cedo. Soraia Ramos, cantora de origem cabo-verdiana, deu o salto na sua carreira em 2017, mas já antes tinha trabalhado com inúmeros artistas de sucesso. ‘O Nosso Amor’, ‘Bai’ e, recentemente, ‘Trompete’ são alguns dos seus êxitos, que já contam com milhões de visualizações nas plataformas digitais. 

Quando percebeste que a música ia fazer parte da tua vida?
Começou logo quando eu era pequena. Punha-me a cantar na janela da casa da minha avó e os vizinhos diziam que eu cantava muito bem. Nessa altura era apenas um amor pela música, não pensava em ser cantora. No entanto, a minha tia inscreveu-me num concurso de música sem eu saber e eu fui. Acabei por ficar em segundo lugar e ir depois a outro concurso, que venci. Foi aí que comecei a levar a música mais a sério. Fazia covers e começaram a ter muitas visualizações… Aos poucos comecei a escrever as minhas próprias músicas. O meu amor pela música cresceu e comecei a vê-la como trabalho.

Sentes que foi difícil posicionares-te nesta área?
Sem dúvida. Já canto há oito anos, mas só agora é que posso dizer que posso ver o fruto do meu trabalho. Não foi fácil e nem sempre tivemos ajuda de outras pessoas. A minha família fazia tudo comigo, eu acho que isso foi muito bom. Eu tenho noção do valor até de uma maquilhagem de tudo o que está à volta da música. 

Em que momento é que sentiste que estavas a direcionar-te no caminho certo?
Foi quando lancei a minha música ‘Diz-me’. Vi que atingiu os dois milhões de visualizações. Foi uma produção feita pela minha família… o meu primo fez a parte instrumental, o meu pai o videoclipe, eu é que me maquilhei. Nós não achávamos que íamos ter sucesso. Com esse single surgiram 40 datas de concertos

Qual é a mensagem que queres passar com a tua música?
Empoderamento feminino, acima de tudo. Nem todas as mulheres conseguem exprimir aquilo que sentem, por isso tento relatar a vida de nós todas ao máximo. Muitas das letras são também de vivências minhas. É importante dizermos as verdades, porque o amor não é sempre cor-de-rosa. Existem as fases mais baixas nas relações e nem tudo é para sempre. É importante também sabermos que estes lados existem.

A fama faz com que a vida de um artista fique mais exposta. Nesse sentido, és mais cautelosa?
Não. Eu sou aquilo que as pessoas veem através das minhas redes sociais. Se formos muito calculistas as coisas não funcionam. Só ganhamos a sermos nós mesmos.

É importante acreditarmos no nosso talento e não deixarmos que ninguém diga o contrário

As raízes africanas também estão muito presentes na tua essência. Essa marca vai acompanhar sempre a tua vida artística?
Para sempre. 

Quais foram aquelas colaborações de sonho para ti?
‘O Nosso Amor’ com os Calema foi uma colaboração que eu sempre quis. A versão do ‘Bai’ com o meu irmão resultou em algo muito bonito. Sou muito fã de todas as pessoas com quem já trabalhei. Por exemplo, na minha música com a Nenny nada foi planeado. Sempre fui muito fã do trabalho dela. A Nenny é muito talentosa e é um amor. O videoclipe que fizemos é o mais importante da minha carreira. 

Que conselho darias a alguém que pretende dar os primeiros passos na música?
Muita persistência, porque às vezes dá-nos vontade de desistir, mas não podemos. É importante acreditarmos no nosso talento e não deixarmos que ninguém diga o contrário. 

Que sonhos ainda te faltam alcançar?
Quero fazer com que a minha voz chegue ao mundo inteiro.

Veja a entrevista completa que Soraia Ramos concedeu ao programa ‘Palco Record’!

FONTE© Record TV Europa