O grupo nasceu em 2011 e continua a aquecer o coração de todos aqueles que os ouvem. Os Throes + The Shine caracterizam-se por espalharem a alma eletrónica misturada com kuduro híbrido. Marco, Diron e André formam a comunhão perfeita entre Portugal e Angola, e contam tudo sobre o seu último disco.

A vossa essência está muito ligada às raízes africanas. Têm conseguido manter essa identidade ao longo do tempo?
Diron: Sim. [risos] Tudo isto surgiu de uma fusão entre o rock e o kuduro, e, apesar de ter outras influencias, a raiz está lá. Temos mantido isso ao longo dos anos. Pessoalmente, sou de Angola e canto com uma ‘vibe’ e com um dialeto ‘mais da minha terra’. Posso dizer que estamos sempre ligados por causa disso também. 

Sentem que, ao longo dos anos, a vossa mentalidade mudou, refletindo-se na vossa música e trabalhos?
André: Sim. Na realidade já passaram 10 anos desde que começámos com a banda. O nosso foco principal era mais a vertente do rock. No entanto, com o passar dos anos, fomos ouvindo outros géneros e a querer trazer coisas novas à banda. Se repararem, o nosso projeto evoluiu mais e hoje em dia, afastou-se mais do rock, passando para uma vertente mais eletrónica.

Nós acabámos por perceber que era aqui onde realmente queríamos estar e isto o que realmente queríamos fazer

Qual é a principal mensagem que o vosso último disco pretende passar?
Marco: O disco em si não tem propriamente uma mensagem direta a nível lírico, que seja constante nas nossas músicas. Cada música tem o seu tema. No entanto, olhamos para o nosso disco como uma afirmação da nossa presença e história. Trazemos uma referência de cada passo que demos nestes 10 anos. Acaba por ser também um reflexo do que se passou em 2020 e 2021, na pandemia. O fluxo de trabalho para todas as áreas – principalmente na música – sofreu uma paralisação muito grande e isso deu-nos um espaço de reflexão enorme. Por isso é que demos o nome ‘Aqui’ ao nosso álbum, pelo facto de querermos mesmo continuar a fazer aquilo que mais gostamos.

Uma das coisas que se sente ao ouvir o vosso som é uma ‘vibe’ maravilhosa! É imprescindível saber-se dançar kuduro?
D: O saber dançar não é um critério obrigatório, mas o saber movimentar é. [risos] 

FONTED.R.