César Ribeiro - Share Magazine - Opinião
César Ribeiro

Professor

Pois bem, terminado mais um ano, é certo que o rei já fez anos, pelo menos em 2022, por isso, talvez seja melhor ir lá ver o que se passa.

Há meia dúzia de meses, nem tanto, estavam todos a falar da subida da taxa de juro, das consequências nos orçamentos das famílias, dos ganhos dos bancos, que o Estado devia fazer e acontecer, etc. Contudo, eram (ainda) só palavras. Falava-se, falava-se, mas não se via (ainda) nada em concreto.

Agora sim, chegou a hora, bateu à porta, é concreto. Para quem tem financiamentos contraídos para a casa, para o carro, seja lá o que for, é bem provável que vá ter surpresas. E agora? 

Agora é hora de aguentar firme e manter na lembrança os anos bons que passaram em que uma taxa ‘negativa’ fazia ver a vida de forma mais ‘positiva’. Economicamente falando, é assim que abre o ano 2023. Dá que pensar. Por falar em pensar, dei comigo a pensar em quem não tem empréstimos contraídos, para os quais, suba ou desça a taxa, não importa. Será que não?

E se a padaria que me vende o pãozinho fresco tiver contraído empréstimos? E se o supermercado do meu bairro, que me vende a fruta fresquinha, tiver contraído empréstimos? E se quem me vende a carne, o peixe, o leite, a água, a eletricidade, o combustível, a roupa, o calçado, mais o canalizador, o dentista, o advogado, o contabilista, o eletricista, o mecânico, o médico, o sapateiro, a senhora da lavandaria, o técnico de informática, o ginásio, a cabeleireira, o barbeiro, e mais uns quantos, incluindo o coveiro, tiverem contraído empréstimos?

Não se preocupe. Pode ser que eles façam parte do grupo dos que só consultam o saldo e os movimentos da conta bancária ‘quando o rei faz anos’ e provavelmente não vão subir o preço dos produtos que vendem ou dos serviços que prestam.

 

FONTE© Envato