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Exercício, saúde pélvica e Fisioterapia

Uma abordagem conservadora, não invasiva e não farmacológica.

Exercício, saúde pélvica e Fisioterapia
© Miriam Alonso, Pexels
António Gaspar - Fisioterapeuta da Seleção Portuguesa de Futebol e da António Gaspar, Physio Therapy & Performance.
António Gaspar

Fisioterapeuta da Seleção Portuguesa de Futebol e da António Gaspar, Physio Therapy & Performance.

Nos últimos anos a Fisioterapia tem-se assumido em Portugal como uma abordagem conservadora, não invasiva e não farmacológica no tratamento eficaz de disfunções do pavimento pélvico, seja em mulheres ou em homens.

Da investigação científica, tem ficado mais clara a relação estreita entre as estruturas que compõem o pavimento pélvico, órgãos (bexiga, intestino e outros), músculos, nervos, ligamentos, estruturas nervosas e tecido conjuntivo pelo que a intervenção sobre este deve contemplar uma visão abrangente. As afeções do pavimento pélvico podem ser diversas como incontinência urinária ou fecal, prolapso, dor pélvica crónica, disfunções sexuais, entre outras, e estão associadas a alterações sociais, psicológicas, físicas e sexuais e podem afetar, de forma muito significativa, a qualidade de vida.

A incidência destes sintomas é desconhecida e, à semelhança do que acontece em lesões musculoesqueléticas por sobrecarga, o exercício excessivo pode afetar negativamente o pavimento pélvico.

No caso das mulheres, a prática de atividades de alto impacto, como ginástica, aumenta o risco de desenvolver incontinência urinária. Quanto aos homens, a investigação tem sido mais limitada, mas sugere-se associação entre a prática de ciclismo e disfunção eréctil, por exemplo.

A Fisioterapia tem ao seu alcance um conjunto de ferramentas, até tecnológicas, que a tornam como um tratamento de primeira linha e de baixo risco para prevenir e tratar estas disfunções. Um programa de reabilitação realizado por um fisioterapeuta habilitado e treinado será essencial para melhorar a força, resistência, potência, relaxamento, ou até mesmo a combinação destas, do pavimento pélvico.

Há um caminho a percorrer na sensibilização da população, fisicamente ativa ou não, para o reconhecimento e identificação de sintomas e para a importância da intervenção da Fisioterapia simultaneamente oferecendo-se melhores cuidados especializados também para populações específicas como grávidas e doentes oncológicos que podem ser afetados por estes quadros.

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