Pessimismo aumenta a tendência

Algumas formas de demência resultam de uma predisposição genética ou hereditária. Além da idade e dos genes, os fatores de risco incluem o tabagismo e o álcool, entre outros hábitos menos saudáveis, como a alimentação desequilibrada e a falta de exercício físico, na origem, aliás, de várias patologias (hipertensão, diabetes, etc.).

No entanto, pesquisas recentes têm sugerido mais condições de risco, como a depressão e o pessimismo. Um grupo de investigadores da University College London (UCL) realizou um novo estudo que comprova que o pensamento negativo repetitivo – RNT do inglês repetitive negative thinking – pode estar ligado, mais tarde na vida, ao declínio cognitivo e a maiores depósitos de duas proteínas nocivas, responsáveis pela doença de Alzheimer (tau e beta-amilóide).

O pensamento negativo repetitivo pode estar ligado, mais tarde na vida, ao declínio cognitivo

“Propomos que o pensamento negativo e repetitivo possa ser considerado um novo fator de risco para a demência”, afirmou a autora principal do estudo, Natalie Marchant, psiquiatra e investigadora do departamento de saúde mental da UCL.

Comportamentos de pensamento negativo, como a reflexão sobre o passado e a preocupação com o futuro, foram analisados em mais de 252 pessoas com mais de 55 anos, durante te um período de dois anos. Cerca de um terço dos participantes do estudo, apoiado pela Sociedade de Alzheimer, também foi submetido a um exame de PET – tomografia por emissão de positrões – para medir os depósitos de tau e beta-amilóide.

As tomografias revelaram que as pessoas que passaram mais tempo a pensar negativamente tinham uma maior quantidade das proteínas tau e beta-amilóide, pior memória e maior declínio cognitivo num período de quatro anos, por comparação com as pessoas que não eram pessimistas.

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FONTE© iStockphoto/IvelinRadkov/Delihayat