Netanyahu promete entrar em Rafah com ou sem acordo de trégua

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© REUTERS

Autoridades israelitas não abdicam dos seus objetivos: recuperar reféns, acabar com a força militar do Hamas e impedir que Gaza seja uma ameaça para Israel.

O primeiro-ministro de Israel disse hoje que o exército israelita entrará, “com ou sem acordo” de trégua, em Rafah, sul da Faixa de Gaza, para eliminar os quatro batalhões do Hamas que afirma permanecerem nessa área.

“Entraremos em Rafah e eliminaremos os batalhões do Hamas que lá se encontram, com ou sem acordo”, afirmou Benjamin Netanyahu, durante um encontro com familiares dos raptados e das vítimas do atentado de 7 de outubro em território israelita conduzido pelo grupo islamita palestiniano Hamas.

Estas declarações surgem no momento em que o Hamas analisa a mais recente proposta de tréguas apresentada pelos mediadores do Cairo, que prevê um cessar-fogo de 40 dias e a libertação de milhares de prisioneiros palestinianos em troca de reféns em Gaza, segundo os meios de comunicação israelitas.

Netanyahu prometeu alcançar a “vitória total” na guerra e tem enfrentado pressões dos seus parceiros governantes nacionalistas para lançar uma ofensiva em Rafah, que Israel diz ser o último grande reduto do Hamas.

“A ideia de que vamos parar a guerra antes de atingirmos todos os seus objectivos está fora de questão”, disse Netanyahu na reunião, referindo-se aos três objetivos repetidos nos quase sete meses de guerra: recuperar os reféns que permanecem detidos no enclave palestiniano, acabar com a força militar do Hamas e impedir que Gaza seja uma “ameaça” para Israel.

As organizações internacionais e grande parte da comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos, alertaram que uma ofensiva em Rafah seria uma catástrofe humanitária ainda maior do que a que os palestinianos já estão a sofrer no enclave, com pouca comida, água potável e um sistema de saúde devastado.

Rafah, na fronteira com o Egito, alberga 1,4 milhões de habitantes de Gaza, a maioria dos quais deslocados do norte durante o atual conflito, que já matou mais de 34 mil pessoas e deslocou cerca de 80% da população.

Alguns ministros de extrema-direita da coligação governamental israelita sugeriram que poderiam retirar o seu apoio ao governo de coligação de Netanyahu se este não der luz verde à operação em Rafah, para a qual o exército israelita elaborou um alegado plano de ofensiva no final de fevereiro.