Foi há duas décadas que o avançado do Benfica caiu inanimado em campo devido a uma paragem cardíaca irreversível. O futebolista vai ser hoje homenageado numa cerimónia na Hungria.
No dia 25 de janeiro de 2004, corria o minuto 92 do jogo entre Vitória de Guimarães e Benfica, quando o impensável aconteceu e o atacante Miklós Fehér perdeu a vida. O jogador húngaro tinha acabado de receber um cartão amarelo por estar a ‘queimar tempo’, olhou para o árbitro Olegário Benquerença e retribuiu com um sorriso. Em seguida, perdeu os sentidos e caiu, sem reação, no relvado.
Quando ficou clara a gravidade da situação, o desespero instalou-se entre colegas de equipa, adversários e todos aqueles que acompanhavam o desafio, transmitido em direto na televisão. Miklós Fehér foi assistido no relvado, com manobras de reanimação, antes de ser transportado para o hospital de Guimarães. Pouco passava das 23:00 quando foi declarado o óbito.
Portugal ficou em choque. Ninguém queria acreditar que aquele jovem alto, loiro e de sorriso tímido, mas contagiante, tinha perdido a vida. O número 29 que ostentava na camisola de jogo nunca mais foi utilizado na equipa de futebol do Benfica, numa homenagem – decidida em Assembleia-Geral – do clube ao jogador.
Esta quinta-feira na Hungria realiza-se uma cerimónia em memória de Miklós Fehér, que contará com a presença de Fernando Seabra, presidente da Mesa da Assembleia-Geral do Benfica, em representação do clube.
“Era um profissional exemplar, cuja ética de trabalho, perseverança e dedicação só pode ser descrita em letra grande”, recordou Fernando Seabra em entrevista ao jornal húngaro ‘Nemzeti Sport’.
E concluiu: “A viagem de regresso da equipa para Lisboa foi horrível, o silêncio grave só era interrompido por choros. O funeral do Miklós foi, imediatamente, organizado, no estádio da Luz, onde o clube e os convidados oficiais se despediram dele. Nunca esquecerei os soluços de um José Antonio Camacho [treinador do clube à época] totalmente destroçado”.
