Guilherme Dellorto comenta impacto da morte de Davi no reinado de Salomão

Guilherme Dellorto comenta impacto da morte de Davi no reinado de Salomão
Seriella Productions

O ator explicou a preparação para a sequência emocionante, relembro os conselhos de Petrônio Gontijo e a parceria com ele.

O reinado de Salomão (Guilherme Dellorto) começou a partir da morte do pai dele, o aclamado rei Davi (Petrônio Gontijo). No início de ‘Reis – a Sucessão’, o novo líder de Israel precisa superar inseguranças para conseguir liderar o povo em direção à paz e harmonia. Em entrevista ao site oficial, Guilherme Dellorto comentou esses primeiros momentos de Salomão como rei, quando se vê sem a figura do pai.

“O Davi era a segurança, o escudo que estava à frente, porque o Salomão é o rei a partir daquele momento [da unção], mas havia um rei ali a ensiná-lo, a dizer-lhe o que precisava ser feito, qual era o caminho. Davi deixou tudo organizado. Nesse momento [da morte], Salomão deixou de ter isso. Então, a partir de agora, é com ele”.

Dellorto destacou que, apesar de ainda ter a figura dos conselheiros do pai, Husai e Benaia, e do sacerdote Zadoque, é Salomão quem precisa de tomar as decisões do reino de Israel.

“[A perda do pai] É mais um ponto, sem dúvida nenhuma, na construção dessa confiança, de se expor e se indispor. É crucial na formação da personalidade dele”, apontou.

Na sequência da morte de Davi, Salomão é o responsável por encontrar o corpo. O momento exigiu uma alta concentração do ator, devido às diferentes decisões tomadas necessárias para a conclusão da cena, complexa pela emoção envolvida:

“Até agora, foi o mais emocionante, porque não é só a morte do pai. O Salomão acabou de vir da vinha, onde viu que a Naamá não estava com o filho. Ele já vem de um momento sensibilizado, de um luto e um vazio gigantescos. E esta cena é a seguida talvez pela maior perda que ele poderia ter naquele momento, que é Davi. Foi uma cena de emoção”.

Dellorto contou que, para chegar ao nível de atuação que emocionou o público, precisou de tocar em questões dolorosas da vida.

“Fiquem muito mexido. Foi um lugar genuíno de muita dor e que é difícil de mexer, porque é incómodo, desconfortável. Mas ainda em que aconteceu nesta cena, tem toda uma sensibilidade. E que bom que foi deste jeito, porque foi genuíno”.

Ele também relatou como manteve a concentração para deixar a emoção tomar conta durante toda a cena.

“Ainda não tive essa perda próxima. É difícil porque, de alguma forma, usamos as ferramentas que já temos na vida, fazemos associações. Mas fui no que eu tenho, que é a minha família, a minha mulher e os meus filhos. Então, emocionei-me ao pensar nos momentos deles, de crescimento, de tudo o que construímos até agora. E acabei por me emocionar só de pensar em não os ter hoje. Não a morte, mas só não os ter comigo, e como é bom estar com eles. Veio essa emoção bem forte, foi ótima. Não é uma cena simples”.

Relação com Petrônio Gontijo

Para encarar a maratona de gravações das próximas semanas como protagonista da nova temporada, Dellorto contou com a ajuda e os conselhos de Petrônio Gontijo. Os dois tiveram uma grande troca durante todo o período em que estiveram juntos nos sets de ‘A Consequência’ e construíram uma amizade verdadeira.

“O Petrônio é generoso ao máximo. Ele olha-te profundamente quando está em cena, está aberto, ouve-te. Ele cuida, dá-me conselhos, principalmente sobre momentos que ainda não vivi, deste protagonismo e desta demanda. Ele aconselhou-me como um pai mesmo. É uma pessoa muito gentil, acho isso fundamental”.

O intérprete de Salomão também destacou como Gontijo é querido nos bastidores.

“O Petrônio é um exemplo, uma pessoa para eu mirar e continuar o legado dele. É uma unanimidade. Não o vês a alterar a voz e a destratar ninguém, é um grande ator. É uma aula. E é bom estar perto dele com frequência. Realmente, foi um cara que me deu todo um aparato de preparação para o que está a acontecer comigo”, elogiou Dellorto.

Ele ainda relembrou um dos primeiros encontros com o amigo, durante a preparação com Fernanda Guimarães, da equipa da série:

“Tivemos uma conexão muito boa. Numa das improvisações, fui para o colo dele. Algo que talvez o Salomão nunca tenha feito, porque ele sempre foi esse filho que ficava mais longe, já que os mais velhos tomavam muito tempo [do pai]. Acho que tinha essa necessidade. Criámos memórias”.