Ator assume o papel principal da série a partir da oitava temporada e fala sobre as primeiras impressões da personagem.
A partir da oitava temporada de ‘Reis’, intitulada ‘A Consequência’, o público vai acompanhar muitas mudanças na história de Davi. Após 14 anos de passagem no tempo na narrativa da superprodução, Petrônio Gontijo assume o papel do rei de Israel, aclamado até os dias de hoje pela sua grandiosidade.
Em conversa com o R7, o ator contou detalhes do processo inicial e das primeiras impressões que teve da personagem. Petrônio explicou que vai entrar na história após a relação de Davi, atualmente interpretado por Cirillo Luna, com Bateseba (Paloma Bernardi/Anna Lima).
“Ele já se resolveu emocional e espiritualmente com Deus, mas vai colher as consequências aqui na Terra e terá de enfrentar muitos contratempos”.
O artista destacou o tamanho do coração de Davi: “Ele coloca-se no lugar do outro, e isso é tão difícil hoje em dia. Ele é capaz de sentir a dor e a alegria das pessoas […]. Acredito que essa alegria do Davi vem do canal dele com Deus, da certeza absoluta que tem a ver com a ação de Deus na vida dele. Isso muda a relação da personagem com o mundo. Mas ele, enquanto ser humano, não deixa de sofrer as dores, as perdas e de perder a cabeça, às vezes, também”.
“É uma personagem grandiosa, é um rei não só pelo posto, é um rei na ação. Foram as minhas primeiras impressões”, detalha.
Petrônio também disse que começou a observar bastante a atuação de Cirillo Luna durante o início do trabalho.
“Ele consegue fazer o Davi do tamanho do coração que eu imagino que ele tenha. Então, acho muito bonito e uma responsabilidade muito grande dar sequência ao trabalho dele. Estou a prestar muita atenção à forma bonita e sincera com que Cirillo o está a fazer [o papel]”.
O público também pode esperar muitas semelhanças físicas entre os atores na pele de Davi. Nos bastidores, é possível até confundir os dois.
“Fiquei muito feliz com o trabalho de caracterização. Conseguimos fazê-lo no primeiro dia, em quatro horas estava pronto. Eles já sabiam muito bem o que queriam, tivemos um resultado muito satisfatório para todos. Eu e o Cirillo somos bem diferentes, e é histórico e bíblico que o Davi era ruivo. Foi interessante que, antes de me convidarem para fazer o Davi, eu sonhei que estava ruivo. No outro dia, ligaram-me”, revelou.
E qual é o grande desafio de dar sequência a um papel? Segundo Petrônio, é deixar o trabalho credível: “É fazer com que o público acredite que aquela é a mesma personagem que estava antes. Precisei da generosidade do Cirillo, que foi muito simpático comigo, recebeu-me no estúdio e nós conversámos […]. O mais importante é dar sequência emocional à personagem. Ele faz o Davi com muita nobreza, e eu espero conseguir juntar [tudo isso] para dar credibilidade”.
No entanto, ele lembra que também existem mudanças no Davi com a passagem do tempo.
“Ao mesmo tempo, os anos passaram, então, ele não é mais o que era, as pessoas mudam, amadurecem, transformam-se. É a mesma pessoa, 14 anos depois. E isso vem com outro peso, outra experiência de vida. Davi era humano, então, isso também é importante de ser colocado nesta passagem de tempo”.
De acordo com Petrônio, a qualidade do texto da série tem enriquecido o processo: “Está muito bem escrito, com uma poética objetiva, é muito difícil chegar a isso. Ele está sucinto e cheio de entrelinhas. Isto, para o ator, é muito bom, porque as personagens estão absolutamente humanas e aceitáveis, compreensíveis. Acredito que o público se vai emocionar com o que for apresentado”, apostou.
Atualmente, Petrônio também pode ser visto como Pedro, na novela ‘Jesus’, e Arão, em ‘Os Dez Mandamentos’. A experiência do ator com as produções bíblicas também o ajuda no novo desafio.
“Gosto muito de trabalhar aqui. É sempre um novo começo, mas carregamos a experiência ao mesmo tempo. Fico nervoso como se fosse o meu primeiro trabalho, mas aprendi a acreditar que a experiência vai servir. [risos] São novelas que me ensinaram muito. Espero trazer o meu melhor, conseguir da mesma maneira que eu fiz nas outras, meter-me a 100% no trabalho e ter um resultado empático com os telespectadores. Este diálogo com o público é o mais importante na vida do ator.”
A grande bagagem que Petrônio carrega na profissão não o fez perder o frio na barriga e nem o brilho nos olhos.
“A vontade de trabalhar, viver e fazer o trabalho correr bem é a mesma daquele menino que, com 17 anos, saiu de Minas Gerais com um leitor de cassetes amarelo, a ouvir Barão Vermelho, banda que adorava, e foi estudar artes cênicas na Unicamp [Universidade Estadual de Campinas]. É aquele mesmo rapaz que apanhou um autocarro e foi fazer o exame nacional, com o mesmo brilho. Isso é o que eu mais procuro manter em mim, embora nós percamos a inocência – é inevitável. Mas a vontade é a mesma”, finalizou.
Enquanto Petrônio não chega a ‘Reis’, acompanhe a sexta temporada da superprodução, intitulada ‘A Conquista’. De segunda a sexta, às 20:00, na Record TV.
