‘Reis’: atores partilham o que aprenderam com as suas personagens!

‘Reis’: atores partilham o que aprenderam com as suas personagens!
© Blad Meneghel / Record TV

Em mais um podcast ‘Fora de Série’, vários atores de ‘Reis’ analisaram as suas personagens.

Esta semana, Branca Messina, Fernando Pavão e Júlia Guerra – que interpretam, respetivamente, Ana, Elcana e Penina na superprodução – contaram aquilo que aprenderam com os seus papéis.

‘Reis’: atores partilham o que aprenderam com as suas personagens!
© Record TV

As duas mulheres são esposas de Elcana, mas Penina – por já ter tido filhos com o marido – tem ciúmes de Ana, figura bem mais amada e acarinhada por Elcana. Depois de prometer entregar o futuro filho a Deus, nasce Samuel, fruto da união do casal apaixonado.

Numa conversa descontraída, os atores partilham sentimentos sobre como foi interpretar estas figuras históricas.

Sobre a relação de amor de Elcana e Ana… O que têm a dizer?

Fernando: Temos de entender que, naquela época, se um homem estivesse casado com uma mulher que não gerasse filhos, ele poderia escolher outra para esse fim. No entanto, Ana e Elcana têm uma relação muito diferente, de muita cumplicidade.

Branca: Inclusive, eu e o Fernando tivemos este encontro como atores, em parceria mesmo. Logo na preparação, entendemos como teríamos de comunicar através do olhar.

Júlia: Já a Penina é uma ‘barriga de aluguer’. Ela serve para dar filhos ao Elcana. Com a Ana, ele realmente criou uma química e energia.

Elcana vive num período fértil em corrupção, desvios de moral… Ele conseguirá resistir a essas tentações?

Fernando: Sim. Ele é um homem justo e não se deixava contaminar pelo sentimento de vingança, raiva, de fugir do propósito para justificar a própria raiva. Ele tinha serenidade para ver e entender as situações e reagir de maneira diferente. 

E sobre o perfil mais calmo de Ana, o que nos diz, Branca?

Branca: Não poder ter filhos é uma questão que ela tenta resolver com maturidade e internamente. A ida dela ao tabernáculo significa que ela já não dá conta da situação. Ela sente um sofrimento muito grande, afinal, na época, as mulheres serviam para gerar filhos. A dúvida dela é: “Estou a viver de forma comprometida, então porque não consigo ter filhos?”. É isso que a leva ao tabernáculo, numa época em que as mulheres não frequentavam o local.

Júlia: Talvez se a Penina não tivesse sido tão chata com Ana, ela não teria chegado ao ‘fundo de poço’. [risos].

Branca, a cena de levar Samuel ao tabernáculo foi difícil para si?

Branca: Sim, foi muito difícil. Por um momento, fiquei confusa. Para mim era um momento de muita gratidão, de honrar a promessa de entregar Samuel para servir a Deus com gratidão. Mas assim, Ana tornar-se-ia uma super-heroína – uma mulher que não existe. Neste caso, ela tinha de ser a mãe! É claro que havia a gratidão, mas também uma dor enorme.

No enredo, é interessante ver o apoio de Elcana a esta entrega…

Fernando: Esta é a maior prova de amor que ele poderia dar à esposa: entregar um filho tão desejado a Deus. A cena em que ela decide isso, nós fizemos num campo de trigo, com pouco diálogo, mas com uma conexão muito grande.

Há alguma curiosidade de bastidores?

Júlia: Eu diverti-me muito! Fazíamos muitas brincadeiras que se tornavam momentos de alívio durante as gravações.

Ana: Tudo o que eu não implicava com a Penina em cena, eu implicava com a Júlia fora. [risos]

Fernando: Por exemplo, segunda-feira de manhã era ótimo gravar com a Júlia e seu bom-humor matinal. [risos]

Concordam que a Penina tinha muitos pormenores subtis engraçados?

Júlia: Claro. Ela pode ser irritante, mas também engraçada. Eu trouxe o humor para as coisas que ela fazia. No primeiro capítulo, que não teve muito humor, eu li no Twitter as pessoas a falarem mal dela. A partir do segundo, as pessoas já começaram a rir.

Júlia, o que leva, ou não leva, de Penina para a sua vida?

Júlia: Eu tentei colocar-me muitas vezes no lugar de segunda esposa. Não me vejo, nem de perto, numa situação dessas. É extremamente fora da minha realidade. Então, o que ela me trouxe é o olhar para uma situação de disputa feminina, de inveja, de implicância e de dor. A inveja é um sentimento humano e que eu posso vir a ter, então é uma auto-observação.

Branca, o que guarda de Ana consigo?

Branca: Eu sempre escolhi viver relações de respeito e cumplicidade. Minha relação pessoal é como a relação que Ana tem com Elcana e este é um lugar em que reafirmo que quero continuar. Outra coisa é o lugar de não desistir, de transformar os grandes desafios em grandes missões.

Então, há alguma experiência pessoal com Ana, Branca?

Branca: É uma história que conto pouco, mas os meus pais – que já tinham filhos homens – queriam uma filha mulher. Depois de um aborto espontâneo, engravidaram de mim e após três meses de gestação, o médico disse que a gravidez não seria viável. Então, ela foi à igreja rezar e o sangramento parou. A interpretar Ana eu lembro-me dessa fé e da entrega a Deus.  

E de Elcana, o que leva para a vida, Fernando?

Fernando: Eu também levo a relação de parceria, que foi uma referência para mim quando li o texto. Acredito muito no poder que temos de projetar e realizar aquilo que queremos. Vou levar isso para a vida.

Acompanhe ‘Reis’, de segunda a sexta-feira, às 20:00 (Lisboa/Londres), na Record TV Europa.