Hamas ainda aberto a um acordo de cessar-fogo

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Negociações estão a ser mediadas por Egito e Qatar, mas Israel já informou que não irá ceder nas suas posições.

O Hamas continua aberto a negociações para um cessar-fogo em Gaza, apesar de Israel ter rejeitado as suas últimas propostas, afirmou hoje um responsável próximo do movimento islamita palestiniano, antes do início de novas conversações no Egito.

A nova ronda de negociações entre o Hamas e os israelitas, com a mediação do Egito e do Qatar, deverá ter início hoje no Cairo, disse o responsável do Hamas à agência noticiosa France-Presse (AFP), sob condição de anonimato.

As negociações indiretas têm como objetivo obter uma segunda trégua nos combates na Faixa de Gaza e uma troca de prisioneiros palestinianos detidos por Israel e de reféns israelitas.

A primeira, de uma semana, decorreu em novembro de 2023 e permitiu a libertação de 105 reféns israelitas e de outras nacionalidades em Gaza e de 240 palestinianos.

“A delegação do Hamas vai reunir-se hoje com responsáveis egípcios. Depois uma delegação do Qatar vai juntar-se às reuniões e os qataris e os egípcios vão tentar conciliar os pontos de vista das duas partes” através de várias rondas de negociações, explicou o responsável próximo do Hamas.

“Esperamos que as negociações sejam muito complicadas e difíceis, mas o Hamas está aberto a discussões e disposto a chegar a um cessar-fogo”, acrescentou.

Na quarta-feira à noite, algumas horas depois de se ter reunido com o secretário de Estado norte-americano, Anthony Blinken, que apelou a novas tréguas, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, rejeitou quaisquer concessões nas negociações.

Netanyahu ordenou ao exército israelita que “prepare” uma ofensiva sobre Rafah, uma cidade no sul da Faixa de Gaza onde se concentram centenas de milhares de palestinianos deslocados.

Na quarta-feira à noite, na véspera de deixar Israel, Blinken considerou que ainda há “espaço para um acordo” sobre os reféns entre Israel e o Hamas, apesar das declarações de Netanyahu, e apelou aos israelitas para que dessem provas de contenção, tanto nas ações como nos discursos.

O ataque do Hamas de 7 de outubro causou a morte de mais de 1 160 pessoas do lado israelita, a maior parte das quais civis mortos no mesmo dia, segundo uma contagem da AFP baseada em números oficiais israelitas.

Cerca de 250 pessoas foram raptadas. De acordo com Israel, 132 reféns continuam detidos em Gaza, 29 dos quais terão morrido.

Em resposta, Israel lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza que causou mais de 27 mil mortos, na sua grande maioria mulheres, crianças e adolescentes, segundo o Ministério da Saúde do Hamas.