Hamas e Israel alcançam acordo em “pontos básicos” para trégua de 40 dias

hamas e israel alcancam acordo em pontos basicos para tregua de 40 dias
© REUTERS

A EFE acrescenta que é esperado um entendimento, que entre em vigor na próxima sexta-feira, 8 de março, pouco antes do início do Ramadão.

O Hamas e Israel chegaram a acordo sobre os “pontos básicos” para uma trégua de 40 dias, disseram à EFE fontes palestinianas e egípcias próximas das conversações no Cairo.

Até ao momento, segundo a agência de notícias espanhola EFE, as partes chegaram a um acordo em que a trégua dura 40 dias, um período em que 40 reféns israelitas, incluindo mulheres, crianças e homens com mais de 60 anos, são libertados em troca de 404 prisioneiros palestinianos que se encontram nas prisões israelitas.

As fontes palestinianas e egípcias pediram para não serem identificadas, uma vez que as negociações ainda estão em curso na capital egípcia.

No âmbito deste acordo-quadro, foi igualmente acertado que Israel se retira, numa primeira fase, dos centros urbanos de toda a Faixa de Gaza permitindo que as pessoas deslocadas na cidade palestiniana de Rafah, no extremo sul do enclave e na fronteira com o Egito, regressem às regiões norte e central do enclave.

As mesmas fontes indicam que nestes pontos básicos acordados está também a entrada na Faixa de Gaza de pelo menos 500 camiões de ajuda humanitária por dia.

Segundo as fontes, “Israel recusa-se a estabelecer um compromissao sobre uma eventual invasão de Rafah”.

A EFE acrescenta que é esperado um acordo, que entre em vigor na próxima sexta-feira, 8 de março”, pouco antes do início do Ramadão.

Citando as mesmas fontes, a efe refere que apesar do acordo sobre estes “pontos básicos”, existem outros aspetos divergentes que impedem o anúncio das tréguas.

As fontes afirmaram que, a cada dia de negociações, tendem a surgir pontos diferentes e, por exemplo, um dos informadores indicou que na segunda-feira o Hamas pediu o regresso de “famílias” e não de “indivíduos” à parte norte do território.

As fontes também não especificaram se os reféns a serem “libertados” incluem os prisioneiros que foram mortos e cujos corpos permanecem sob o controlo das fações palestinianas.

Um dos pontos de discórdia continua a ser as listas de nomes, “uma vez que o Hamas não pode fornecer todas as identidades dos prisioneiros”, pois há outros grupos armados que também mantêm prisioneiros em Gaza.

Uma delas é a fação da Jihad Islâmica Palestiniana que o Egito – o país mediador juntamente com o Qatar e os Estados Unidos – convidou a deslocar-se ao Cairo para estas negociações que decorrem há dois dias.

Até ao momento este grupo não enviou qualquer delegação, refere a agência de notícias espanhola.

Israel também não enviou uma delegação ao Cairo porque, segundo o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu, só enviaria uma equipa de negociação à capital egípcia se o Hamas divulgasse a lista dos reféns ainda vivos desde o rapto, a 07 de outubro do ano passado, quando fez mais de 250 prisioneiros.

O Hamas estima em 70 o número de reféns mortos “pelos bombardeamentos israelitas”, embora Israel só tenha confirmado a morte de cerca de 30 dos 130 que ainda se encontram no enclave.