O número inicialmente avançado por Teerão apontava para 95 mortos, mas foi entretanto atualizado para 84 vítimas mortais.
As autoridades iranianas voltaram a rever em baixa de 95 para 84 o número de vítimas mortais nos atentados de quarta-feira na cidade de Kerman, cujo balanço inicial chegou a ser de 103 mortos.
Os novos números foram divulgados pelo ministro do Interior iraniano, Ahmad Vahidi, durante uma visita a vários hospitais da região, citando dados forenses, segundo a agência iraniana Tasnim, ligada à Guarda Revolucionária.
Não foi dada qualquer explicação para o novo balanço, mas anteriormente, quando baixou de 103 para 95 mortos, o ministro da Saúde, Bahram Einollahi, disse que alguns nomes tinham sido repetidos numa lista de vítimas.
O ministro do Interior disse que a dupla explosão provocou ainda 284 feridos, alguns dos quais continuavam em estado crítico, pelo que o número de mortos poderá aumentar.
Vahidi especificou que 220 pessoas ainda estavam hospitalizadas, a maioria em estado estável ou necessitando apenas de “pequenas cirurgias”, segundo a agência espanhola EFE.
O atentado ocorreu na quarta-feira, quando milhares de pessoas participavam nas cerimónias de homenagem ao tenente-general Qassem Soleimani, assassinado em 2020, no Iraque, por ordem do então presidente norte-americano, Donald Trump.
A dupla explosão teve lugar perto da mesquita Saheb al-Zaman, onde se encontra o túmulo de Soleimani, em Kerman, cerca de 820 quilómetros a sudeste da capital, Teerão.
Trata-se de um dos mais graves ataques terroristas em território iraniano nas últimas décadas.
“As agências de segurança, de informação e de justiça estão em alerta máximo e sob controlo, executando os seus planos de acordo com os protocolos estabelecidos”, disse Vahidi, referindo-se à situação na zona.
Vahidi disse que o ataque foi realizado com materiais “altamente explosivos” e teve os civis como alvos, constituindo um ato terrorista “repreensível, cobarde e malicioso”.
“O incidente demonstra a profundidade da maldade do inimigo”, afirmou, sem identificar os possíveis autores.
O atentado não foi reivindicado.
O ministro disse que os autores do atentado serão detidos pelas forças de segurança e de inteligência e que aqueles que os apoiam “temerão a ira da nação iraniana”.
O líder supremo do Irão, o ‘ayatollah’ Ali Khamenei, prometeu “uma resposta dura” à dupla explosão no dia do quarto aniversário da morte de Soleimani.
“Os inimigos malignos e criminosos da nação iraniana causaram mais uma vez um desastre e transformaram em mártires muitos entre o nosso povo em Kerman”, disse.
“Esta catástrofe conhecerá uma resposta dura, se Deus quiser”, prometeu Khamenei.
Vários responsáveis iranianos responsabilizaram indiretamente Israel e os Estados Unidos pelo atentado, que “guardam rancores contra Soleimani e que decidiram vingar-se do povo, depois de terem sido neutralizados vários dos seus planos para desestabilizar o país”.
Soleimani, chefe de uma força de elite no seio da Guarda Revolucionária, foi o arquiteto das atividades militares regionais do Irão e é aclamado como um ícone entre os apoiantes da teocracia iraniana