Líder do Hamas diz que morte de filhos e netos não mudará negociações com Israel

Um míssil israelita fez explodir a viatura onde seguiam os familiares de Ismail Haniyeh, responsável do movimento islamista. 
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Um míssil israelita fez explodir a viatura onde seguiam os familiares de Ismail Haniyeh, responsável do movimento islamista. 

O chefe do gabinete político do grupo islamita Hamas garantiu hoje que a morte dos seus filhos e netos num ataque israelita há dois dias não mudará a sua posição e nem afetará as negociações com Israel.

“Os meios de comunicação sociais da ocupação afirmaram que matar (os meus) filhos e netos seria uma forma de pressionar o Hamas a mudar a sua posição nas negociações, mas isso não vai acontecer”, disse Ismail Haniyeh ao canal libanês Al-Mayadeen, próximo do Hezbollah.

“Confirmamos o nosso compromisso com a necessidade de declarar um cessar-fogo claro e permanente em Gaza”, acrescentou.

Haniyeh declarou que o acordo entre as partes deveria ainda garantir a “retirada completa” das tropas isrelitas e “o regresso dos deslocados (internos) em Gaza sem restrições ou barreiras”, assim como o envio de mais ajuda humanitária e o início da reconstrução da Faixa, para depois se chegar a um acordo sobre os reféns e os prisioneiros.

“Se as nossas condições não forem cumpridas, o Hamas não chegará a qualquer acordo”, disse Haniyeh, repetindo as exigências que o grupo islamita tem feito a Israel, com a mediação realizada há meses por Qatar, Egito e Estados Unidos.

Além disso, Haniye também pediu a “toda a nação (árabe e islâmica)” que se envolva mais contra “o genocídio em curso”, numa referência à guerra na Faixa Gaza onde, em pouco mais de seis meses, mais de 30 mil pessoas morreram segundo dados do grupo islamita palestiniano.

Além disso, o líder político do Hamas disse que essa guerra causou um “isolamento sem precedentes” na esfera internacional em relação a Israel, apesar de ser o “queridinho do Ocidente”, reiterando que os israelitas não conseguiram “nem conseguirão” eliminar o Hamas ou recuperar os reféns se “um acordo decente” não for alcançado.