Protestos no Irão fazem 26 mortos

Protestos no Irão fazem 26 mortos
REUTERS

Televisão estatal iraniana avançou 26 mortes como resultado das manifestações. Presidente do Irão diz que morte de Masha Amini vai ser investigada.

A informação foi avançada por um jornalista que dava as notícias na televisão estatal iraniana na noite de quinta-feira. 26 mortes, resultado dos violentos protestos que têm assolado várias cidades iranianas, sem, no entanto, fornecer mais detalhes sobre os números avançados, dizendo apenas que as estatísticas oficiais seriam publicadas mais tarde.

Os últimos números davam conta de 17 mortes mas a ONG Iran Human Rights avançava ontem que as manifestações pela morte Masha Amini que geraram fortes confrontos com a polícia tinham feito já 31 mortes e dezenas de feridos, naqueles que são já considerados os maiores protestos a acontecer no país, desde 2019.

Em dezenas de cidades iranianas, centenas de mulheres queimaram os hijabs e cortaram o cabelo em sinal de protesto, no movimento que verifica também nas redes sociais, apesar do Instagram e do WhatsApp terem sido bloqueados pelas autoridades iranianas.

Os protestos ultrapassaram as fronteiras do Irão, com manifestações a verificarem-se em cidades como Madrid e Atenas.

Presidente do Irão anuncia investigação ao caso

Numa conferência de imprensa à margem da Assembleia Geral da ONU, o Presidente iraniano anunciou que entrou em contacto com a família de Masha, assegurando que o caso será investigado.

“Contactei a família de Mahsa Amini e assegurei que vamos continuar a investigar o incidente. A nossa maior preocupação é a salvaguarda dos direitos de cada cidadão” afirmou Ebrahim Raisi.

As declarações do Presidente do Irão aconteceram no mesmo dia que este desistiu de uma entrevista com a jornalista da CNN Christiane Amanpour, em Nova Iorque, por esta se ter recusado a utilizar o véu islâmico.

Masha Amini, de 22 anos, natural do Curdistão, foi presa pela chamada polícia da moralidade no passado dia 13 de setembro, em Teerão, por alegadamente “vestir roupas inadequadas”, pelo facto de não utilizar o hijab de forma, dita, correta. Sob custódia policial, a jovem depois de três dias em coma num hospital.