Buscas envolvem suspeitas de corrupção e recebimento indevido de vantagem

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EMEL e Assembleia Municipal de Lisboa alvo de buscas da PJ.

As buscas realizadas hoje pela Polícia Judiciária (PJ) em Lisboa estão relacionadas com contratos de consultoria celebrados entre empresas municipais e juntas de freguesia com empresas privadas, havendo suspeitas de corrupção e recebimento indevido de vantagem, indicou a força policial.

Fontes da EMEL – Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa e da Assembleia Municipal confirmaram hoje de manhã à Lusa que as sedes das duas entidades estavam a ser alvo de buscas, remetendo mais informações para a PJ.

Entretanto, a polícia referiu, em comunicado, que executou 11 mandados de busca não domiciliária para recolher “prova relacionada com as práticas criminosas sob investigação”, no âmbito de um inquérito dirigido pela 1.ª Secção do Departamento de Investigação e Ação Penal Regional de Lisboa.

“Em causa estão suspeitas da prática dos crimes de recebimento indevido de vantagem, corrupção e participação económica em negócio”, indicou, acrescentando que a investigação incide sobre a celebração de contratos de consultoria entre empresas municipais de Lisboa, as juntas de freguesia de Santa Maria Maior, Misericórdia e São Vicente, e empresas privadas.

“As investigações prosseguem”, afirmou ainda a PJ.

A execução dos mandados foi realizada através da Unidade Nacional de Combate à Corrupção, com o apoio da Unidade de Perícia Tecnológica e Informática, e acompanhada por um juiz de instrução criminal, bem como por magistrados do Ministério Público.

Contactado pela Lusa, o presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, Miguel Coelho (PS), disse que esta manhã estiveram na autarquia inspetores da Polícia Judiciária.

“O que confirmo é que hoje esteve lá uma equipa de investigadores da PJ, que pediu documentação específica, a qual foi facultada”, precisou.

O autarca remeteu para mais tarde explicações sobre o assunto através de comunicado.

Em declarações à Lusa, a presidente da Junta de Freguesia da Misericórdia, Carla Madeira (PS), revelou que os elementos da PJ que estiveram nas instalações da junta pediram informações “sobre dois contratos” celebrados “nos dois mandatos anteriores” com uma empresa de consultadoria.

“Disponibilizámos a informação e cópia dos contratos”, afirmou a autarca, acrescentando que a empresa em causa prestou serviços de apoio jurídico.

Carla Madeira adiantou ainda que os contratos foram celebrados nos seus primeiros dois mandatos como presidente da junta, não tendo sido renovado para o atual mandato: “Já não precisávamos dos serviços deles, uma vez que [a junta] tinha meios próprios”.

A Lusa tentou contactar a presidente da Junta de Freguesia de São Vicente, Natalina Moura (PS), mas sem sucesso.