Começa hoje o julgamento de “Xuxas”

defesa de xuxas diz não haver prova de um unico negocio de droga do arguido
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Rúben Oliveira responde por tráfico de cocaína, associação criminosa e branqueamento de capitais.

O julgamento de Ruben Oliveira (“Xuxas”) e dos restantes 18 arguidos por tráfico de cocaína, associação criminosa e branqueamento de capitais inicia-se hoje em Lisboa, num caso que envolve ligações com organizações de narcotráfico do Brasil e Colômbia.

O julgamento está marcado para as 09:30 no Juízo Central Criminal de Lisboa, tendo o coletivo de juízes agendado já uma série de sessões, a segunda das quais marcada para quarta-feira.

De acordo com a acusação do Ministério Público (MP), o grupo criminoso, liderado por Rúben Oliveira, tinha “ligações estreitas” com organizações de narcotráfico do Brasil e da Colômbia e desde meados de 2019 importava elevadas quantidades de cocaína da América do Sul.

A organização chefiada por “Xuxas” tinha – ainda de acordo com a acusação – ramificações em diferentes estruturas logísticas em Portugal, nomeadamente junto dos portos marítimos de Setúbal e Leixões e no aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, permitindo assim utilizar a sua influência para importar grandes quantidades de cocaína escapando a fiscalização.

Naqueles locais de desembarque, a PJ realizou apreensões de cocaína que envolvem arguidos que supostamente obedeciam a ordens de Rúben Oliveira. A cocaína era introduzida em Portugal através de empresas importadoras de frutas e de outros bens alimentares e não alimentares, fazendo uso de contentores marítimos. A droga entrava também em malas de viagem por via aérea desde o Brasil até Portugal.

Indica igualmente a acusação que os arguidos recorriam a “sistemas encriptados tipicamente usados pelas maiores organizações criminosas mundiais ligadas ao tráfico de estupefacientes e ao crime violento” para comunicarem entre si.

Xuxas, apontado pelos investigadores como um dos maiores narcotraficantes portugueses, está em prisão preventiva na cadeia de alta segurança de Monsanto desde final de junho de 2022.

O juiz de instrução criminal Carlos Alexandre, em despacho instrutório de 29 de setembro passado, enviou os arguidos (16 pessoas singulares e três empresas) para julgamento, validando em larga medida a acusação do MP.