Docente na área da Sociologia é acusado de assédio por antigas alunas.
Três investigadoras e antigas alunas do Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra acusam de assédio sexual Boaventura Sousa Santos, professor catedrático e diretor emérito da instituição.
As denúncias constam no capítulo de um livro intitulado “Má Conduta Sexual na Academia”, publicado pela editora Routledge, uma das mais importantes na área das Ciências Sociais.
Destaques do capítulo 12 ("The walls spoke when no one would" do livro "Sexual Misconduct in Academia".
— Cátia (@catia43) April 11, 2023
1. Prática de colonialismo/imperialismo académico pic.twitter.com/T3TF6SS8uf
O Centro de Estudos Sociais já avançou que vai lançar uma comissão independente para investigar as denúncias.
“Estando o CES comprometido com o tratamento diligente deste tipo de ocorrências, decidiu averiguar a fundamentação das alegações produzidas no capítulo supramencionado. Nesta medida, o CES irá constituir num curto prazo uma comissão independente à qual caberá a identificação de eventuais falhas institucionais e a averiguação da ocorrência das eventuais condutas antiéticas referidas naquele capítulo. A comissão será composta por dois elementos externos, um dos quais lhe presidirá, e pela Provedora do CES. Os membros externos a convidar terão competências reconhecidas no tratamento de processo análogos”, afirmou o centro de investigação.
As investigadoras Lieselotte Viaene, Catarina Laranjeiro e Miye Nadya, da Bélgica, Portugal e EUA, referem que a instituição abafava casos de abuso e de conduta inapropriada.
Os visados são identificados através das alcunhas ‘Professor Estrela’ e ‘Aprendiz’, cujos currículos e descrições correspondem a Boaventura Sousa Santos e ao professor e coordenador Bruno Sena Martins.
Sousa Santos e Sena Martins rejeitam as acusações, em declarações ao Diário de Notícias.
“Aos 82 anos de idade julgava ter direito a um pouco de paz, mas infelizmente o mundo em que vivemos não permite que isso suceda”, afirmou Boaventura Sousa Santos.
Recorde-se que se trata do segundo caso de assédio sexual no ensino superior, após as denúncias na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, em 2022.
