Gente com bom Interior – O colecionador de selos

Os colecionadores de selos estão a desaparecer, no entanto ainda há quem mantenha as suas coleções, como é o caso de Manuel Augusto Soares.

No Gente com Bom interior desta semana viajamos até Benavente para sabermos mais sobre esta arte.

Os colecionadores de selos estão a desaparecer, no entanto, ainda há quem mantém as suas coleções, como é o caso de Manuel Augusto Soares.

Transcrição

Sou Manoel Soares, vivo em Benavente e sou colecionador.
Isso é uma paixão, é como tudo, a pessoa adquire uma paixão, seja por aquilo que for e procura mantê-la ao longo dos tempos.
E se ganha gosto mesmo nesses bens, procura sempre adquirir o que for possível.
Os selos transmitiam-nos imagens que, de outro modo, não poderiam ser vistas, tal como selos dos Descobrimentos, selos de terramotos, como foi o caso de Benavente, selos de diversas ações, que era impossível ver essas imagens se não fosse através dos selos.
Gostei sempre de ver coisas novas e procurei desenvolver tanto a parte de moedas como de selos e outros bens que começaram a aparecer.
Foi lá à sensivelmente cinquenta anos quando iniciei esta carreira de ser um apaixonado, mas nomeadamente pela numismática e pela filatelia. Situação essa que ainda mantenho.

Qual foi-se o negócio mais difícil que o Sr. Manuel já fez?
Bem, isso foi um negócio de moeda, se calhar aquele que onde era preciso aplicar mais dinheiro e não o havia.
Tinha que a pessoa ser inteligente e saber como a devia proceder, porque de outro modo era impossível.
Foi uma moeda do Lobo de 1992, embora houvesse outras, muito mais dispendiosas. Mas essa, para mim, foi aquela que teve mais impacto, dada a situação, que custava 10 euros e chegava-se a vender a 150 euros.

O dinheiro?
Sem dúvida, mas era o que havia, a gente tinha que se aplicar, tendo o dinheiro para que pudeste despender e assim fazer um negócio para adquirir mais bens que de outro modo eram impossíveis de adquirir.

O que é que a família diz?
Bem, querem que eu termine, mas eu não posso terminar nesta fase, porque acho que ainda estou com força para continuar.
E em Benavente toda a gente sabe da paixão do Sr. Manuel?
Sim, sem dúvida.

O que é que lhe dizem?
Que sou maluco.
Já não devia andar nessa vida, mas eu quero continuar a exercer essa função e, enquanto for possível, eu continuarei. 

Noto que o meu filho agora começa a ter entusiasmo e poderá ser que ele queira continuar com a ação que eu tive até agora.
Jovens, não encontro jovens neste momento que se dediquem e que tenham a parte monetária necessária para isso.
Quando se tem uma coleção como aquela que eu tenho, procura-se guardar e se for possível trocá-la com outras que apareçam de valor superior, tenta-se fazer isso.
A única moeda que eu ainda tenho, e só tenho essa, é uma moeda que saiu em 1992, que era a moeda do Lobo, a qual continuo a guardar com muito respeito e admiração.
Há feiras de colecionismo por todo o país, eu fui um grande frequentador dessas feiras ao longo dos tempos e cada pessoa leva aquilo que tem, depois chegamos a um acordo, trocamos umas coisas para as outras e se houver necessidade de às vezes dar uma ‘gorja’ para compensar, também chegamos a esse ponto.
Que ter dinheiro suficiente para poder fazer essa aquisição e depois a posterior troca ou vende, o que é sempre difícil porque as pessoas queixam-se não têm dinheiro.
É a parte final, é a parte monetária.
Por enquanto, eu não tenho ideia de parar.
Enquanto tiver força para me deslocar, seja onde for, podem contar comigo porque terei todo o gosto de continuar a divulgar o colecionismo
e adquirir novos selos desde que seja possível adquiri-los.

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