Pedro Nuno destaca apoio de Francisco Assis à sua candidatura à liderança do PS 

Pedro Nuno destaca apoio de Francisco Assis à sua candidatura à liderança do PS 
LUSA/ José Sena Goulão

O ex-ministro Pedro Nuno Santos destacou hoje a presença do antigo líder parlamentar socialista Francisco Assis, conotado com a ala direita deste partido, no apoio à sua candidatura a secretário-geral do PS.

Pedro Nuno Santos falava na apresentação da sua candidatura à liderança do PS, cujas eleições internas diretas estão marcadas para os dias 16 e 17 de dezembro e que acontecem na sequência da demissão de António Costa das funções de primeiro-ministro na passada terça-feira e do seu anuncio de que não se recandidatará a este cargo.

Depois de ter realçado a presença ao seu lado de Francisco Assis, atual presidente do Conselho Económico e Social, Pedro Nuno Santos, já no final da sua declaração, procurou descolar da ideia de ser esquerdista e radical.

“Muito se tem falado de uma suposta divisão no PS entre uma ala centrista e moderada e uma ala de esquerda e radical, mas esta discussão tem pouco sentido, alimenta conflitos artificiais e apenas serve a quem combate o PS. Na pluralidade que sempre existiu neste partido, o que está em causa não é uma disputa entre a moderação e o radicalismo”, sustentou.

 Pelo contrário, de acordo com Pedro Nuno Santos, na disputa que terá com o ainda ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, na corrida à liderança dos socialistas, “está em causa quem, num dado momento, está em melhores condições de unir o partido, é mais capaz de adequar os valores do PS a um dado contexto histórico, e é o melhor intérprete e executante do projeto de transformação do país de que o PS tem de ser o portador”.

Outro momento em que procurou demarcar-se da ideia de ser um radical aconteceu quando se referiu à tradição industrial do seu concelho, São João da Madeira, no distrito de Aveiro, para elogiar a concertação e o diálogo.

“O setor do calçado foi sempre um dos maiores exemplos de concertação social, de acordos entre trabalhadores e empresários. Foi esta cultura de diálogo, de negociação e de concertação que me ajudou nos anos em que trabalhámos diariamente com os partidos que apoiavam o Governo do PS”, disse.

 Com a sala principal de reuniões da sede nacional do PS a abarrotar de militantes e simpatizantes deste partido, o antigo líder da JS considerou que este “é um momento difícil na vida da sua força política” e assumiu logo no início da sua declaração que cometeu erros no seu percurso político.

“Os portugueses, tal como os militantes do PS, conhecem-me, conhecem as minhas qualidades e os meus defeitos, conhecem o meu inconformismo e a minha combatividade, conhecem a minha vontade de fazer acontecer e os meus sucessos; conhecem também os meus erros e as minhas cicatrizes. Sim, os erros que cometemos e as cicatrizes que carregamos fazem parte das nossas vidas. Aqueles que não fazem e não decidem, os que se limitam a gerir e a manter o que existe, esses raramente cometem erros”, advogou.

Ainda segundo este ex-ministro, “mais importante do que ter consciência dos erros é saber o que fazer com eles”. 

“Quem os comete, deve com eles aprender. E quem aprende com os erros, está preparado para os evitar e melhor decidir no futuro. Quem decide e faz não pode ter medo de os cometer”, acrescentou, recebendo muitas palmas.

Pedro Nuno Santos entrou na sala às 18:12 com o vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS Francisco César, um dos dirigentes socialistas mais ligados ao ex-ministro das Infraestruturas e da Habitação.

Além de Francisco Assis, estiveram presentes o ministro da Educação, João Costa, a presidente da Associação Nacional dos Municípios Portugueses, Luísa Salgueiro, a presidente da Câmara de Portimão, Isilda Gomes, o ex-ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, os ex-secretários de Estado Hugo Mendes e João Paulo Rebelo, o líder da JS, Miguel Costa Matos, e a sua antecessora neste cargo Maria Begonha.

Na sede nacional do PS, estavam dezenas de deputados, entre eles os vice-presidentes da bancada Rui Lage, Carlos Pereira, a constitucionalista Isabel Moreira, e líderes federativos deste partido como Hugo Costa (Santarém), João Portugal (Coimbra), Eduardo Vítor Rodrigues (Porto), Luís Testa (Portalegre), entre outros.

Destaque ainda para a presença do dirigente da UTG José Abraão e da líder das mulheres socialistas Elza Pais.