Portugueses suspeitos de violação em Espanha aguardam julgamento em Portugal

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Caso remonta a 24 de julho de 2021.

Os quatro portugueses suspeitos de violarem duas mulheres em Espanha, em 2021, estão em Portugal a aguardar o julgamento que poderá acontecer este ano, embora a defesa ainda não conheça a acusação, disse à Lusa o advogado.

O caso aconteceu a 24 de julho de 2021, quando quatro portugueses foram detidos por suposta violação e abusos sexuais a duas mulheres de 22 e 23 anos, numa pensão em Gijón, no norte de Espanha.

Dois dos suspeitos foram libertados e regressaram a Portugal, enquanto os outros permaneceram detidos no centro penitenciário das Astúrias, após o juiz ter decretado a sua prisão preventiva, a 26 de julho, sem direito a fiança.

Em declarações à agência Lusa, o advogado dos portugueses detidos, Germán Inclán, afirmou que atualmente os quatro encontram-se em Portugal, sendo todos eles acusados destas violações.

Estão em liberdade em Portugal e “aguardam o início do julgamento em Espanha”.

“Eles estão tão bem quanto uma pessoa pode estar quando é injustamente acusada de algo que não cometeu. Vivem numa pequena cidade e os seus vizinhos olham para eles de lado, porque no fundo também eles os estão a condenar antecipadamente”, disse.

A defesa espera que o julgamento seja marcado para este ano, mas Germán Inclán avança: “Não depende de nós”.

“Estamos a aguardar as acusações do Ministério Público e da acusação particular para, posteriormente, apresentarmos a nossa defesa”, disse.

E acusa: “A atual legislação espanhola sobre a matéria é um verdadeiro disparate, porque está subjugada não a critérios objetivos de justiça, mas a valores que emanam diretamente da ideologia ‘woke’ [alerta para certos assuntos sociais] e comunista mais radical”.

“Na prática, não existe atualmente uma verdadeira presunção de inocência para os homens neste tipo de crimes sexuais. A Constituição garante-a, mas as leis que estão a ser aprovadas pelo legislador violam-na total e completamente”, prosseguiu.

O causídico acusa ainda a comunicação social em Espanha e em Portugal de ter “linchado” os quatro portugueses, condenando-os do “’crime’ de serem homens e sem esperarem por um julgamento justo”.