Transdev fala em “taxa de adesão à greve de 9,61%”

Transdev fala em “taxa de adesão à greve de 9,61%”

Trabalhadores reivindicam aumentos salariais e melhores condições.

O grupo de transportes Transdev diz que a greve de hoje “teve uma adesão de 9,61%”, enquanto o sindicato indicou anteriormente uma adesão de 80% a nível nacional e de 95% em Guimarães e nos concelhos limítrofes.

“A taxa de adesão à greve convocada para hoje é de 9,61%”, refere a empresa, em comunicado enviado à agência Lusa.

Durante a manhã, José Manuel Silva, do Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos do Norte (STRUN), que convocou a greve de 24 horas (00:00/24:00), deu conta de uma adesão de 80% a nível nacional e de 95% em Guimarães (sede da empresa) e nos concelhos à volta.

Os trabalhadores, que reivindicam da empresa de transporte rodoviário aumentos salariais e melhores condições, começaram por se concentrar em frente à sede do grupo, em Guimarães, distrito de Braga, seguindo depois a pé em direção ao edifício da Câmara de Guimarães, onde se concentraram cerca de 70 motoristas.

Os trabalhadores do grupo Transdev aprovaram também hoje novas greves de 24 horas para 01 de março e 17 de abril.

No comunicado, o grupo Transdev diz que “em julho de 2022 assinou um acordo amplo de contratação coletiva com todas as estruturas sindicais representativas dos seus trabalhadores (FECTRANS/CGTP, STTAMP e SNMOT) com impactos positivos para o futuro”.

“Esse acordo aumentou a remuneração dos motoristas em mais de 8% para o ano 2022. Também marcou uma evolução muito positiva na organização dos tempos de trabalho e na formalização de direitos há muito reclamados pelos trabalhadores, bem como concedeu novos benefícios sociais acrescidos, donde se destaca a atribuição de um seguro de saúde para todos os trabalhadores”, frisa a empresa.

Contudo, o STRUN, afeto à CGTP, não assinou o acordo.

“O principal aqui são direitos dos trabalhadores que lhes foram retirados, porque houve outras organizações sindicais que assinaram um contrato coletivo de trabalho com a Transdev, que não foi assinado por nós, e a empresa está a querer aplicar a todos os trabalhadores e nós não aceitamos isso”, explicou o dirigente sindical José Manuel Silva, aos jornalistas, durante a concentração hoje em frente à Câmara de Guimarães.

A Transdev refere que para este ano “já avançou para um aumento de 55 euros para todos os trabalhadores, com efeitos desde janeiro”.

“Este aumento em nada prejudica as negociações em curso com os representantes sindicais, mas possibilita que os trabalhadores não tenham de esperar pelo fim das negociações para verem a sua situação melhorar, sobretudo numa altura de forte impacto inflacionista”, salienta a empresa.

O acordo coletivo de trabalho assinado estabelece, segundo a Transdev, “a existência de uma comissão paritária que constitui a estrutura estabelecida para o diálogo em torno do acordo coletivo, o que tem vindo a ocorrer com regularidade, e com sentido de co-construção”.

“A Transdev não deixa nenhuma estrutura sindical fora deste processo. A empresa está sempre disponível a negociar com todos os seus trabalhadores e representantes. Apelamos a que esta vontade seja partilhada”, apela a empresa.

Também hoje, os cerca de 70 trabalhadores em protesto aprovaram uma moção e uma delegação foi recebia pela vereadora da Câmara de Guimarães Sofia Fernandes, que tem o pelouro dos transportes.

No documento, os trabalhadores exigem, nomeadamente, aumentos salariais no mesmo valor da inflação de 2022 (8,12%), a reposição da devolução do pagamento do pequeno almoço aos motoristas que iniciem o transporte antes das 06:00, e que o horário do almoço e de jantar seja, no mínimo, de uma hora, entre as 11:00 e as 14:30, e as 19:00 e as 22:30, “como sempre foi, e não entre a 3.ª e a 4.ª hora de trabalho”.