Com uma carreira de 30 anos, Adriane Kelemen Galisteu foi modelo, apresentadora e atriz, e tornou-se numa das figuras mais carismáticas da televisão. Atualmente, é um dos rostos do entretenimento da Record TV, somando sucesso na apresentação de programas marcantes.

Começou a trabalhar cedo para ajudar a família. Isso tornou-a mais forte?
Comecei aos nove anos. E, com essa idade, a profissão é como uma brincadeira. Demorei um bocado até entender a diferença entre brincar e trabalhar naquilo de que gostava. Porém, sempre tive certeza do meu caminho. Sim, acho que as dificuldades nos tornam mais responsáveis, mais fortes.

Durante a infância, teve uma breve experiência na música. Nunca mais pensou em cantar?
Comecei aos 10 anos num grupo chamado Chispitas, autor da música de uma novela mexicana que fez muito sucesso no Brasil. Depois, aos 14, entrei noutra banda chamada Meia Soquete, onde fiquei até aos 17 anos. A experiência na música fez parte da minha vida durante muitos anos, mas agora não canto nem no chuveiro. [Risos]

Todos os dias tenho a certeza de que nasci para isto

Entretanto passaram mais de 30 anos. Trabalhou como modelo, atriz e apresentadora… Em que área se sente mais realizada?

Não gosto nem de pensar que já́ passaram 30 anos, mas enfim… Todos os dias tenho a certeza de que nasci para isto. Gosto de comunicar de todas as maneiras. É muito difícil escolher um braço da minha profissão que me deixe mais feliz. Representar é uma coisa que me enche de experiências, é muito bom, faz parte da minha vida, e é um desafio enorme. Ser apresentadora está no meu ADN. Gosto de comunicar, faço rádio, TV, tenho o meu programa no YouTube… A minha vida de modelo já́ está na reforma, mas nunca nos esquecemos de uma passarela ou do dia a dia do trabalho de modelo. É difícil escolher…

É muito elogiada pela sua versatilidade à frente das câmaras. Quais sãos os truques?

Acho que é uma coisa muito minha, não consigo explicar. É muito natural. Procuro trazer o máximo de verdade possível para as câmaras e tento ser o mais espontânea possível. Não importa a quem me dirijo, pessoas mais novas, mais velhas… tento ser sempre eu.

Carrego a história com o Ayrton como um escudo, não como um fardo

Durante muitos anos, foi ‘a namorada do Ayrton Senna’ para o mundo inteiro. Sente que teve de se esforçar mais para ver o talento reconhecido?

Carrego a história com o Ayrton como um escudo, não como um fardo. Atravesso a minha vida com essa história. Fez parte de um momento muito, muito, muito, alegre, muito importante e muito trágico da minha vida. É uma marca que não tenho como apagar ou deixar para trás. Tenho muito orgulho dessa história e nem sequer é um problema falar dele. O esforço que fiz para separar as coisas e conseguir fazer o meu caminho, a minha história, teve a ver com as contas para pagar, com encontrar o meu espaço para poder sobreviver naquela altura, e recomeçar a minha vida profissional, não por qualquer tipo de necessidade de desligamento.

Entrevista: Adriane Galisteu, de corpo e alma
Aos 48 anos, Adriane Galisteu já tem 30 de carreira. © Danilo Borges

Aprendeu cedo que a exposição pública pode trazer coisas boas e más. Como lida hoje com as críticas?

A exposição num primeiro momento parece divertida. Até que te deparas com os problemas associados. Mas eu, particularmente, sempre ‘tirei de letra’, nunca me incomodei com as agressões, até porque foram poucas graças a Deus, as pessoas sempre foram delicadas comigo de uma maneira geral.

Recentemente apresentou ‘Power Couple’ e ‘A Fazenda’, dois reality shows de enorme sucesso da Record TV, mas a sua história no canal é bem mais antiga. Que recordações guarda da sua primeira passagem pela emissora, com o programa ‘É Show’?

Foi muito marcante. Comecei a minha história na TV na CNT, depois fui para a MTV, Rede TV e, mais tarde, Record TV. E foi aí onde realmente ‘aconteci’, onde ganhei o meu primeiro prémio como apresentadora. Tinha um programa diário que passou a semanal, mas passei quatro anos no ar, a fazer a diferença. Fui muito feliz no ‘É Show’.

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FONTE© Danilo Borges