Primeira-ministra sacrificou ministro das Finanças de forma a salvar o governo, altamente contestado devido ao plano económico e financeiro inicialmente avançado. Truss diz que mantém condições para permanecer no cargo.
Numa conferência de imprensa relâmpago Liz Truss confirmou a demissão do ministro das Finanças, e amigo, Kwasi Kwarteng, numa medida limite de forma a salvar o governo e o próprio lugar de Primeira-ministra. Após 38 dias no Executivo, Kwarteng deixa o cargo, tornando-se no segundo mandato mais curto da história do Reino Unido.
Liz Truss tem sofrido uma forte contestação desde que anunciou a sua reforça económica, desenhada em conjunto, com Kwarteng, que queria implementar fortes cortes fiscais. Uma decisão que deixou a economia e os mercados britânicos num alvoroço, com a libra britânica a desvalorizar de forma abrupta face ao dólar.
Esta sexta-feira, além da demissão do ministro das Finanças, Liz Truss anunciou uma reviravolta no seu plano de corte dos impostos numa tentativa de acalmar os mercados financeiros.
Do plano inicialmente apresentado, a medida mais contestada foi a abolição do escalão mais alto de impostos sobre os rendimentos dos contribuintes mais ricos, algo que será então revertido.
As medidas anunciadas tiveram o efeito contrário ao pretendido, com o custo da intervenção fiscal a ser estimado em cerca de 45 mil milhões de libras que além da desvalorização da libra provocou também um aumento dos jutos sobre a dívida britânica.
Jeremy Hunt é o senhor que se segue
“Ele é um dos mais experientes e respeitados ministros e parlamentares do Governo, e partilha as minhas convicções e ambições para o nosso país”, afirmou esta tarde a Primeira-ministra britânica.
Membro do Partido Conservador, Jeremy Hunt irá assumir a pasta das Finanças, regressando ao governo depois de já ter exercido funções como ministro dos Negócios Estrangeiros e da Saúde.
Hunt chegou mesmo a tentar a liderança do partido Conservador, tendo em 2019 perdido a eleição para Boris Johnson.
Truss diz que tem condições para se manter no cargo
Depois de pouco mais de um mês como Primeira-ministra, Liz Truss enfrenta uma forte contestação tanto fora como dentro do partido, mas garante que tem condições para se manter no cargo.
“Estou determinada em cumprir o que estabeleci quando iniciei a campanha para a liderança do partido. Precisamos de ter uma economia com alto crescimento mas temos de reconhecer que, como país, estamos a enfrentar questões muito difíceis. Tomei as decisões que tomei em nome do interesse nacional e tomei estas decisões hoje para restaurar a estabilidade económica”, afirmou.
