Mau tempo faz vítimas na Rússia e Ucrânia

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© Reuters

Além da guerra, também as condições climatéricas provocam mortes nos dois países.

O mau tempo matou duas pessoas e deixou cerca de três milhões de residentes sem eletricidade na Rússia e nas zonas da Ucrânia sob ocupação russa, anunciou hoje o Ministério das Situações de Emergência russo.

As regiões mais afetadas são a Crimeia, península anexada em 2014, o sul da Rússia e as regiões parcialmente ocupadas de Donetsk, Lugansk, Zaporijia e Kherson na Ucrânia, disse o Ministério da Energia, citado pela agência de notícias TASS.

Apelidada de “tempestade do século” e de “megatempestade” pelos meios de comunicação social russos, o mau tempo começou a fazer-se sentir no domingo, de acordo com os serviços de emergência.

As mortes ocorreram perto de Sudak, uma cidade ucraniana no sul da Crimeia ocupada, e na estância balnear russa de Sochi, no Mar Negro, segundo a TASS.

O governador russo da Crimeia, Sergei Aksionov, anunciou nas redes sociais que ordenou que as pessoas não fossem trabalhar durante o dia de hoje, e decretou o encerramento de todos os estabelecimentos de ensino devido ao mau tempo.

Declarou também o estado de emergência em várias regiões da península ucraniana, que foi anexada pela Rússia em 2014.

“Vivemos um verdadeiro ‘Armagedão’ [batalha entre as forças do bem e do mal]: os habitantes não se lembram de ter visto ventos e ondas tão fortes”, disse o presidente do parlamento da Crimeia, Vladimir Konstantinov, ao canal de televisão russo Rossya 24.

Na sequência da inundação do pavilhão do Aquário-Museu de Sebastopol, morreram mais de 500 animais, segundo a TASS.

“A velocidade do vento do furacão na Crimeia atingiu 144 quilómetros/hora. Tornou-se o mais forte dos últimos 16 anos”, disse a chefe-adjunta do Departamento de Hidrometeorologia e Monitorização Ambiental da Crimeia, Tatyana Lyubetskaya.

Na Ucrânia, as autoridades disseram que mais de duas mil localidades ficaram mergulhadas na escuridão devido a uma violenta tempestade de neve que varreu o país, cujo sistema elétrico já está sob pressão dos bombardeamentos russos.

A Ucrânia teme uma nova campanha de ataques russos maciços contra as infraestruturas essenciais no inverno, tal como em 2022, quando esses ataques mergulharam milhões de pessoas no frio e na escuridão.

“No total, 2 019 localidades em 16 regiões estão sem eletricidade”, disse o Ministério do Interior ucraniano, citado pela agência francesa AFP.

A tempestade causou estragos nas estradas, com 1 370 camiões forçados a parar temporariamente e 840 veículos a terem de ser rebocados, acrescentou.

Na cidade de Odessa (sul), que é regularmente alvo de ataques russos, as autoridades afirmaram ter ajudado 1 624 pessoas que ficaram presas na neve.

As temperaturas desceram abaixo de zero e registaram-se fortes rajadas de vento, segundo a mesma fonte.

A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, desencadeando uma guerra com pesadas baixas civis e militares para os dois lados, bem como a destruição de muitas infraestruturas ucranianas.