Médicos em protesto na Coreia do Sul 

Medicos Em Protesto Na Coreia Do Sul
REUTERS/Kim Hong-Ji

Cerca de nove mil médicos protestam em Hospitais da Coreia do Sul contra nova reforma no setor.

Vários hospitais da Coreia do Sul encontram-se com baixas médicas devido a protestos dos profissionais. 

Este movimento deu-se devido à reforma anunciada pelo Presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, que visa aumentar o número de estudantes admitidos nas escolas médicas em 65%, ou mais 2.000 pessoas por ano, a partir de 2025.

A medida é justificada com o acelerado aumento da população mais idosa. Os números apontam para cerca de 44% da população chegar aos 65 anos em 2050, segundo projeções do governo.

De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE), a Coreia do Sul tem apenas 2,6 médicos por 1.000 habitantes, um número baixo quando comparado com outras organizações de países desenvolvidos.

Os médicos mostram-se descontentes com este projeto por considerarem que a admissão de mais estudantes em escolas médicas vai, no futuro, resultar na queda do nível de profissionalismo, juntamente com a qualidade dos serviços. 

As manifestações contam com mais de 8.800 médicos internos. De acordo com número divulgados pelo Ministério da Saúde da Coreia do Sul, 71,2% dos médicos apresentaram cartas de demissão nos estabelecimentos de saúde.

Para fazer face aos protestos, o governo da Coreia do Sul anunciou, esta quarta-feira, que pretende emitir ordens de detenção em conjunto com a detenção dos responsáveis pelo início da greve, que teve início na passada segunda-feira.

Em conferência de imprensa, os ministérios da Justiça e do Interior, a Procuradoria-Geral da República e a Agência Nacional de Polícia (NPA), apontam que aqueles que não cumprirem com as ordens de fim de greve irão receber uma acusação formal. 

A falta de médicos tem afetado os hospitais em todo o país, especialmente os grandes estabelecimentos de saúde da região de Seul. 

Nesta região, onde se localizam os cinco maiores hospitais de Seul, os procedimentos cirúrgicos foram reduzidos entre 30 e 50%, obrigando muitas operações a serem adiadas ou canceladas.

O Governo já ativou um plano de contingência que visa aumentar as consultas pela internet, alargar o horário de consultas nos hospitais públicos e abrir ao público as urgências dos 12 hospitais militares do país.