Com 73 anos, já formou vários campeões e, para já, não pretende parar.
No Gente com bom Interior desta semana, conhecemos a história de José Suga, treinador de natação em Samora Correia há mais de três décadas.
Com 73 anos, já formou vários campeões e, para já, não pretende parar.
Fala Portugal – segunda a sexta, 19:15 (hora Lisboa/Londres)
Transcrição
No Gente como o interior desta semana, conhecemos a história de José Suga, treinador de natação em Samora Correia há mais de três décadas. Com 73 anos, já formou vários campeões e para já não pretende parar.
Eu sou José Martins Rosa [Sangues]Suga, treinador de natação de Samora Correia, já há 30 anos aqui, nesta coletividade, dou treinos todos os dias, afinei já milhares de miúdos a nadar, tenho 73 anos de idade, estou prestes a deixar esta minha área que tanto adoro e tanto gosto, mas algum dia tenho que deixar.
É pá, agora a ponte não vai alterar, mas fazem os 6×50 ainda.
Eu comecei aqui, em 1994, na inauguração das piscinas.
Já tive campeões nacionais, já tive vários campeões distritais e continuo a dar, a dar cruz.
Com esta coisa da pandemia tive vários problemas.
Muitos abandonaram, porque tomaram outro rumo. Tinha uma equipa muito boa que essa equipa desapareceu completamente.
Vou criar novas nadadoras tenho já uma média de 20 nadadoras entre cadetes e infantis e vou continuando a trabalhar para conseguir mais.
Vamos picar bem e, com carinho, quando vier a dor, desfaz.
Para além da natação ser um desporto útil na vida, saber nadar, eu adoro ensinar, adoro trabalhar com a natação.
Eu acho que nunca faltei um dia, aqui à natação, há 30 anos para cá, nunca faltei um dia uma aula de natação. E gosto muito daquilo que faço.
Eu dou adaptação a meio aquático, dou aperfeiçoamento técnico aos miúdos.
Eles passam da adaptação a meio aquático para mim para fazer o aperfeiçoamento técnico.
Depois, dou manutenção e dou hidroginástica.
Na natação não há modalidades preferidas.
Eu, para mim, a nadar gosto mais de crawl, não é?
Gosto mais de crawl, mas eu aqui tenho que fazer as quatro técnicas.
O crawl, a mariposa, a costas e os bruços.
Tem que dominar, os nadadores têm que dominar as quatro técnicas.
Eu sou uma pessoa que ralho muito com eles.
E se a gente não ralhar, eles não fazem nada.
Andam encostados à bandeira e ficam ali encostadinhos, e a gente tem que andar atrás deles.
Então, essa pausa já não chega e tal.
Eu tenho que… vamos embora, temos que continuar.
Minha esposa já está habituada a isso, mas já sabem, não é?
Não fica nada para trás.
Faz-se isto com gosto, não fica nada para trás.
Nunca pensei em reformar.
Sabe que é difícil a gente tomar uma iniciativa de reforma sem fazer nada.
Encostado a um banco de jardim e tal.
Isto já sabe como é que é, eu não me posso parar, vou deixando gradualmente.
Se calhar para o ano em vez de ficar com cinco turmas, fico com duas, eu já faço menos, já me preocupo menos e assim vou fazendo.
É gratificante, eu gosto muito daquilo que faço, eu sempre gostei daquilo que faço e continuo a fazê-lo.
Ora aí está.
