Grávida desaparecida: Fernando Valente na mira da PJ

PJ deteve suspeito de homicídio de grávida da Murtosa

São cada vez mais fortes as suspeitas de que a grávida desaparecida na Murtosa está morta e que foi assassinada por Fernando Valente, o principal suspeito de envolvimento no caso.

São vários os fatores que colocaram Fernando Valente em prisão preventiva. Está indiciado por três crimes: homicídio qualificado, aborto agravado e profanação de cadáver, segundo indica o despacho de indiciação e pelo qual foi confrontado pela juíza de instrução do Tribunal de Aveiro.

A negação de Fernando Valente contrastada com os indícios conseguidos pela investigação da PJ, que ditaram a medida de coação máxima. Os elementos recolhidos pela investigação da PJ fazem acreditar que Mónica Silva está morta e que foi assassinada na noite do desaparecimento. A interceptação e a análise dos telemóveis quer da vítima quer do suspeito revelam que Mónica e Fernando estiveram juntos na noite fatídica. O casal que se encontrava esporadicamente numa das casas de Fernando, na Torreira, teve um último encontro a 3 de outubro.

De acordo com uma notícia da TVI, Fernando Valente teria um segundo telemóvel com o qual comunicava com Mónica Silva, que acabou por ser descoberto pelos peritos. O suspeito de 38 anos terá sido confrontado com a existência do aparelho mas nunca o admitiu. O número e o aparelho com os quais Mónica comunicava recentemente pertenciam a Fernando, e as faturas foram encontradas na florista da mãe e na casa dos pais. O telemóvel teria sido comprado em junho deste ano.

Mónica, que ligou ao filho naquela noite a dizer que estava a ir para casa pelas onze da noite, acabaria por ter o telemóvel desligado à 1h50 da manhã, a mesma hora em que o aparelho de Fernando também era desligado.

Além disso, as perícias realizadas pelos inspetores revelaram que a casa da Torreira foi limpa recentemente com detergentes corrosivos. Uma limpeza suspeita que nem Fernando nem os pais conseguiram concertar respostas.

Comportamentos que podem até indiciar que Fernando terá planeado todo este desfecho.

Perante todas estas descobertas, os investigadores tentam agora seguir o rasto dos telemóveis para tentar localizar o corpo de Mónica Silva. A antena do telemóvel de Mónica deu sinal em Cuba, no Alentejo, onde Fernando e a família têm propriedades. Aliás, o vasto império de imóveis da família está a dificultar o trabalho das autoridades e tem contribuído para que até agora o corpo da mulher grávida de sete meses não tenha sido encontrado.