Ucrânia: Portugal está em condições de enviar três tanques Leopard 2 em março

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LUSA/ António Cotrim

O primeiro-ministro, António Costa, anunciou hoje que Portugal tem em execução o plano de manutenção dos tanques Leopard 2 e que está em condições de dispensar três para a Ucrânia no próximo mês de março.

“Nós neste momento temos em execução o plano de recuperação, de manutenção, dos tanques Leopard 2 e de acordo com a execução do plano estamos em condições de poder dispensar três no próximo mês de março”, afirmou António Costa no parlamento.

O primeiro-ministro respondia ao deputado Bernardo Blanco, da Iniciativa Liberal, no debate preparatório do Conselho Europeu, no parlamento.

Momentos antes, a deputada única do PAN, Inês Sousa Real tinha questionado o primeiro-ministro sobre se Portugal iria enviar mais ajuda humanitária, além da prevista, para a Turquia e Síria, na sequência do sismo, interrogando também o líder do executivo sobre o apoio à Ucrânia ao nível de um eventual envio de aeronaves.

“Sim, iremos enviar apoio humanitário não só à Turquia e à Síria como também está a seguir para o Chile uma missão para apoiar este país no combate aos incêndios florestais. E esta circunstância é uma oportunidade muito importante para acelerarmos todos os mecanismos da transição verde e felizmente isso está a acontecer”, respondeu.

O líder do Chega, André Ventura, aproveitou a ocasião para perguntar a António Costa se mantinha a confiança política no ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, que esteve esta manhã na comissão parlamentar de Defesa a responder a perguntas relacionadas com a polémica dos custos nas obras do antigo Hospital Militar de Belém.

Ventura considerou que Cravinho – que foi ministro da Defesa entre 2018 e 2022 – “é uma bolha prestes a rebentar” e apontou-lhe “inconsistência e incoerência”.

“Verdadeiramente para si ninguém teria lugar neste Governo porque, seja franco, é contra a existência deste Governo”, respondeu Costa, que atirou a Ventura que cria o executivo à sua medida e não “à medida” do líder do Chega.

“E pronto, acho que ficamos os dois igualmente satisfeitos e cada um cumpre a sua função”, rematou.

No passado dia 04 de fevereiro, no final de uma visita que efetuou à missão militar portuguesa na República Centro Africana, o primeiro-ministro assegurou, em declarações à Lusa, que Portugal iria ceder às Forças Armadas ucranianas tanques Leopard 2 e adiantou que está em curso uma operação logística com a Alemanha para recuperação de alguns carros de combate.

Nesta ocasião António Costa também procurou salientar que o envio de tanques para a Ucrânia não colocará em causa a capacidade militar nacional em termos de equipamento.

De acordo com o primeiro-ministro, Portugal está a trabalhar com a Alemanha para “permitir uma operação logística de fornecimento de peças, tendo em vista concluir a recuperação de alguns dos carros [de combate] que não estavam operacionais”.

Já sobre a controvérsia relacionada com o facto de vários destes tanques Leopard 2, adquiridos pelas Forças Armadas em 2007, estarem sem manutenção há muitos anos, o primeiro-ministro contrapôs que a expressão “muitos anos é um exagero”.

“Alguns não estão operacionais e, por isso mesmo, temos de trabalhar simultaneamente com quem produz para assegurar a cadeia de abastecimento necessária, tendo em vista recuperar tanques que temos neste momento inoperacionais e podermos dispensar tanques operacionais, ficando nós com a nossa própria capacidade devidamente salvaguardada. É essa operação logística que está em curso”, justificou.

Em 20 de janeiro, o chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA), almirante Silva Ribeiro, indicou que Portugal tem 37 tanques Leopard.