Ficou conhecido pela sua participação em vários concursos de talentos e saiu vencedor de um deles. É cantor e compositor e lançou o seu primeiro single ‘Espera’ em 2017. Fernando Daniel é um dos cantores mais conhecidos de Portugal e os seus vídeos contam com milhões de visualizações no YouTube.

No início do ano lançaste o álbum ‘+ Presente’, que junta músicas já editadas no teu trabalho anterior com outras novas, para além de duetos com alguns nomes em destaque na música nacional…
Tem pessoas e artistas – que já posso chamar de amigos – especiais. O disco está a correr superbem. A reedição passou logo para primeiro lugar na primeira semana de vendas. O disco em si já tinha corrido muito bem. Foram 50 semanas no top de vendas, seis semanas no primeiro lugar, foi ótimo! O feedback foi muito positivo, tendo em conta que estávamos em pandemia.

Este álbum é mais intimista, mais completo. Consideras que é mais ‘teu’?
Sim, é mais ‘meu’. Há uma ou outra música que acaba por ser um grito de revolta para as pessoas que abordam o assunto do pop como se fosse mais fácil de fazer, um estilo de música quase rebaixado relativamente a outros. Para além disso, no que toca a prémios, existe algo muito ingrato. O pop é dos estilos que tem mais público, mas, no entanto, quando chega o momento da entrega prémios, acaba por ser o género mais esquecido e menos valorizado. Este disco é para dizer que não é bem assim, nem tem de ser assim.

Entrevista Fernando Daniel
Fernando Daniel e Rita Rosado | © Record TV Europa

A tua relação com a música nasce a partir do momento em que começas a cantar. Esperavas que fosse tão forte?
Não esperava. Eu comecei a cantar em casa ‘na desportiva’. Jogava futebol e nos jogos comecei a perceber que a minha vida não passaria pelo futebol. Não estava contente com o que fazia. Ficava mais feliz quando o jogo terminava e podia ir para casa tocar guitarra e cantar. Isso já era um sinal de que a minha vida ia ter um rumo diferente. Agarrei-me a esse rumo e agora estou aqui.

O que esperavas que a música te pudesse dar?
Nunca espero receber muito da música, porque ela tem o poder de nos surpreender. Para a música ‘Espera’ eu ‘pedia’ 1 milhão, neste momento tem mais de 26 vezes o que desejei, ou seja, mais de 26 milhões de visualizações. A música tem destas coisas. [risos] Ser artista é poder dar algo à música sem nunca pedir nada em troca e ela retribuir-nos em dobro, triplo ou até muito mais! [risos]

Acredito muito na minha equipa e acredito que dão sempre o melhor de si mesmos

Teres participado em concursos de talentos ajudou à tua carreira?
Ganhando ou não, fui percebendo que os programas de talentos são uma montra enorme. Para ganhar um programa foi preciso eu ter ficado em 4.º lugar noutro. As pessoas foram memorizando a minha cara, foram-se afeiçoando a mim e quando regressei ao programa de talentos que venci, as pessoas já se recordavam de mim e pensaram que eu não desistia… E pensaram bem. [risos] É essa a mensagem que também quero passar. Quero que percebam que é bom aparecer na televisão, que ela pode ter o poder de mudar a nossa vida. Estar bonito na televisão é secundário, o principal é aproveitarmos essa montra para que o público saiba que é aquilo que queremos fazer para o resto da nossa vida.

Entrevista Fernando Daniel
Fernando Daniel em concerto | © Record TV Europa

Atualmente, como olhas para a tua primeira música ‘Espera’?
Tenho muito orgulho, porque não esperava que a música fosse ter a repercussão que teve. Lembro-me no início quando ia tocar a um ‘barzito’ e aquilo era apenas uma música que ‘um miudito com uma guitarra’ estava a tocar. Hoje, é uma música de um artista que esgotou um coliseu e que tem mais de quatro mil pessoas no público. É um misto de emoções, é muito bom!

Foste pai recentemente. Achas que o facto de teres uma filha mudou a tua maneira de olhar para a música?
De olhar para a música ainda não, mas mudou a minha maneira de ver a vida. As minhas prioridades mudaram, o tempo e o sono alteraram-se. Acredito que há um Fernando Daniel artista e um Fernando como pessoa e pai – são duas pessoas diferentes. Consigo separar as coisas e colocar na balança o que tenho de eliminar e o que não necessito. Quando entro em palco, esqueço as coisas menos boas que podem estar a passar naquele momento – por exemplo, uma noite mal dormida. Entro como Fernando Daniel e dou 100%. Quando saio do concerto, ainda sou um pouco desse Fernando, mas a partir do momento em que entro no carro e me vou embora com a minha equipa sou apenas o Fernando. Se bem que, quando pego no telefone e vou ver o feedback do concerto, ainda sou um pouco do Fernando artista. [risos] No geral, consigo separar bem as coisas. Isso é uma boa forma de levar a vida e a música, porque assim consigo estar sempre a 100%.

FONTE© Record TV Europa