O custo estimado é de aproximadamente 20 milhões de euros e deverá ocupar uma área de 10 mil metros quadrados. Será uma parceria entre o Instituto Niemeyer, a Câmara de Cascais e financiadores privados.
A Fundação Luso-Brasileira planeia construir uma sede em Cascais projetada pelo arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer, disse o presidente da instituição, Paulo Campos Costa, à agência Lusa.
“Em 1987 houve uma doação feita pelo Oscar Niemeyer à Fundação Luso-Brasileira de um projeto para a construção [de uma sede]. Depois foi desenvolvido todo um projeto de engenharia, de manchas, licenças e, naquela altura, tinha havido uma doação da Prefeitura de Lisboa de um terreno para a construção do imóvel, mas o projeto acabou por nunca acontecer”, explicou Campos Costa.
O projeto neste momento está previsto para Cascais, acrescentou.
O empreendimento tem um custo estimado em cerca de 20 milhões de euros, deverá ocupar uma área de 10 mil metros quadrados e será liderado por uma parceria que também inclui o Instituto Niemeyer, a Câmara de Cascais e financiadores privados.
“Para mim é um grande privilégio estar a frente da Fundação Luso-Brasileira com essa equipa, não só da fundação, para todos juntos conseguirmos pensar naquilo que a fundação tinha e que não tinha sido feito. Era uma pena uma obra tão significativa do único Prémio Pritzker [dado aos arquitetos mais importantes do mundo e que Oscar Niemeyer ganhou em 1988] que não tivesse visto a luz dia”, afirmou.
“E, nós, neste momento, termos as parcerias certas para conseguir efetivamente que esta obra veja a luz do dia”, completou.
Campos Costa informou que os detalhes sobre a construção da nova sede da instituição devem ser anunciados no primeiro semestre de 2024, já que é necessário terminar as negociações com a Câmara de Cascais, que pretende doar o terreno, e atualizar algumas características do desenho original de Niemeyer.
Quando foi desenvolvido, o projeto teria um uso voltado apenas a atividades culturais, como a criação de salas para trabalho para a Fundação Luso-Brasileira, um centro de exposição e eventos, um teatro, lojas, restaurantes, um terraço, uma praça e um estacionamento.
Agora o desenho será modificado em colaboração com a Fundação Niemeyer e poderá também abrigar áreas destinadas ao funcionamento de empresas e um hotel.
“O propósito agora é que seja um espaço adequado para a realidade do século XXI (…) O projeto vai abrigar a sede da Fundação Luso-Brasileira e também será usado para operar áreas de serviços, que podem ser escritórios de empresas brasileiras e portuguesas. Também foi pensado que pode ser colocado lá um hotel”, explicou Campos Costa.
“Estamos a falar agora com um conjunto de investidores para ajudar exatamente a decidir qual vai ser exatamente a finalidade [do empreendimento] para além da finalidade cultural que acontecerá na sede da Fundação”, completou.
Campos Costa explicou que com os recursos vindos da área destinada as atividades de empresas privadas que a instituição pretende pagar o investimento e lembrou que a parceria para viabilizar o projeto pensa em fazer algo que seja uma ponte entre Portugal e o Brasil numa aproximação e, por isto, fez “questão que fosse também a sede da Fundação Luso-Brasileira.”
“Graças a diferenciação que temos das pessoas que fazem parte do Conselho, temos conseguido do ponto de vista cultural criar um programa efetivamente dinâmico de cultura, que mostra o que de bom se faz em termos culturais no Brasil e em Portugal, e esse tem sido nosso desafio”, ressaltou.
“Estamos a construir pontes porque sozinho ninguém consegue fazer nada. E, nós, estamos neste momento a tentar essas pontes, exatamente, junto da própria sociedade civil”, concluiu.
